Registou-se um aumento em relação a novembro de 2018. A Circunvalação e a Rotunda AEP estão entre as zonas mais críticas.
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Só na primeira quinzena de novembro, o tráfego em Matosinhos registou um aumento de 4,5% face a igual período de 2018. A Circunvalação e o centro da cidade são dois dos pontos negros. A A28, a Rotunda AEP, a Via Norte e a A4 são outas zonas críticas, com o movimento a intensificar-se para entrar e sair do concelho. Melhorar a A28 e reativar a linha ferroviária de Leixões contribuiriam para melhorar a mobilidade.
Ir a pé do centro da cidade até à Escola Secundária Gonçalves Zarco demora oito minutos. De carro, em hora de ponta, é o dobro. As contas são de Guilherme Dias, morador na Rua Afonso Cordeiro, que faz o trajeto para apanhar a filha na escola. Nos dias em que vai buscar a mulher à Universidade Fernando Pessoa, há que passar a tormenta da Circunvalação: "Se houver um acidente, acabou. A minha mulher já ficou à espera mais de 40 minutos".
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Os carros têm vindo a aumentar à boleia do crescimento do número de empresas no concelho. Nos últimos quatro anos, foram criados cerca de sete mil postos de trabalho. Para a Câmara de Matosinhos, a melhoria das condições de circulação da A28, com o seu alargamento, bem como a reabertura da linha ferroviária de Leixões seriam essenciais para ajudar a reduzir o tráfego.
"Há muitas pessoas que vêm trabalhar para Matosinhos e que são do Porto, da Maia e de Valongo. A linha de Leixões liga todos estes territórios e poderia contribuir, com um serviço entre Matosinhos e Ermesinde e Matosinhos e Campanhã, para resolver muitas das necessidades de mobilidade diárias", defende José Pedro Rodrigues, vereador da Mobilidade da Autarquia, frisando que a reativação da linha deverá ter em consideração "a proximidade ao aeroporto".
Mais 10% de entradas
De acordo com José Pedro Rodrigues, na primeira quinzena de novembro, no acesso ao concelho pela zona da A4, "que vai desembocar na Avenida da República e na rotunda do metro, as entradas cresceram 10%".
"Sabemos que no nó de Sendim passam cerca de 43 mil veículos por dia, 25% dos quais saem na rotunda AEP", diz.
Para o taxista Domingos Dinis, a situação mais complicada é a rotunda junto à estação de metro da Câmara. Com o fim da A4 naquela zona e o metro a interromper a circulação, "ninguém anda".
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"A situação está cada vez mais crítica. Há pessoas que têm comboios e aviões para apanhar e é quase impossível sair de Matosinhos. Às vezes, abuso na velocidade para compensar o tempo de saída da cidade", assinala.
"Decisão negativa"
As portagens na A4 e na A41, crê José Pedro Rodrigues, são "uma decisão profundamente negativa, que afetou empresas e pessoas no dia a dia".
"A comunidade de Santa Cruz do Bispo tem diariamente milhares de camiões que, para fugir às portagens, acabam por usar a malha urbana para circular", exemplifica.
O vereador salienta que os utentes dos transportes públicos têm vindo a aumentar. "Os números de Matosinhos, mesmo antes do PART [passe único], mostravam que os utentes da rede Andante estavam a crescer o dobro relativamente à maioria dos outros concelhos da Área Metropolitana", observa, falando na necessidade de se cumprirem e alargarem os horários para dar resposta às necessidades das pessoas.