Têm espaços de turismo rural, mas estão proibidos de colocar placas indicativas na EN108, o que leva muitos turistas a andarem às voltas, perdidos, em Baião. Os empresários estão revoltados, mas a Estradas de Portugal (EP) diz que apenas está a cumprir a lei.
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A resposta causará ainda mais indignação entre os agentes turísticos, uma vez que a imposição parece que só se aplica no distrito do Porto. Mais adiante, já em Vila Real, as placas não foram retiradas, mantêm-se lá, a indicar o caminho aos viajantes.
Isabel Costa Almeida, proprietária da Casa do Ervedal, em Santa Marinha do Zêzere, Baião, expôs o seu descontentamento por escrito.
Em carta enviada à EP, a empresária protestou contra a a retirada das placas identificativas da sua casa de turismo em espaço rural, que havia afixado às tradicionais placas azuis "Turismo de Habitação". Uma medida, "à semelhança do que já acontecera, reiteradamente, em outras unidades de turismo acessíveis pela EN108, no concelho de Baião", sublinhou a empresária.
Sem indicações, multiplicam-se os casos de turistas perdidos, alega Isabel Costa Almeida. "Já tivemos de tudo. Clientes com marcações feitas, serviços pagos, que foram parar a casas vizinhas. E tive um cliente que se meteu por um caminho íngreme onde não conseguiu voltar para trás a não ser de reboque com a embraiagem do carro estragada", explica.
Com uma taxa de ocupação de 87%, a empresária sublinha que a qualidade do turismo ressente-se da falta de placas na estrada. Os estrangeiros serão quem mais sofre. Fazem as marcações em agências ou via internet e depois, quando chegam, a única sinalética que encontram, na estrada, são placas uniformizadas azuis com a indicação de "turismo de habitação" e a imagem de uma árvore.
"O turista estrangeiro não sabe o que é aquilo. Julga tratar-se de um parque verde com um posto de turismo. Não associa ao turismo em espaço rural", garante Isabel Costa Almeida. No caso de Baião, a situação complica-se porque só num espaço de 10 quilómetros da EN108 há seis casas de turismo rural. Só em Santa Marinha do Zêzere há quatro unidades em apenas quatro quilómetros. A confusão entre em diferentes empreendimentos - a placa é igual para todos - acaba por ser inevitável.
"Os sinais de trânsito não podem ser acompanhados de motivos decorativos ou qualquer espécie de publicidade comercial. Assim, estes serviços procederam à remoção de diversas placas publicitárias, implantadas em situação ilegal, ao longo de várias vias do Distrito do Porto", explicou Pedro Manuel Gamelas Carvalho, director da Delegação Regional da EP, na resposta enviada a Isabel Costa Almeida.