A Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga e a Associação de Cuidadores, Familiares e Amigos de Braga (ACFAB) assinaram, esta terça-feira, um protocolo de colaboração com o objetivo de desenvolver ações de informação e de capacitação dos cuidadores informais.
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O protocolo, celebrado no Dia Mundial do Cuidador, pretende reforçar o compromisso das duas instituições na promoção de iniciativas que visem a capacitação dos cuidadores informais, a promoção dos seus direitos e o apoio à saúde e ao seu próprio bem-estar.
Para a enfermeira adjunta da ULS de Braga, Elisabete Pinheiro, o papel do cuidador informal, normalmente desempenhado por familiares ou amigos do doente, “é cada vez mais relevante”, mas representa também “muitos desafios” para quem o assume, desde logo devido ao “stress emocional” e à “exaustão física” a que estão sujeitos.
“É necessário que haja uma rede de apoio e de suporte ao cuidador informal, que muitas vezes podem ser até pessoas que não têm este estatuto ou que o fazem sem se aperceberem que estão a desempenhar funções de cuidador”, explicou a enfermeira, em declarações ao JN, à margem da assinatura do protocolo.
Elisabete Pinheiro defendeu que a colaboração entre a ULS e a ACFAB permitirá ter uma “maior articulação” na “referenciação” dos cuidadores, dando-lhes “ferramentas” e informação, até para “acelerar” os eventuais processos de pedido do estatuto de cuidador informal.
Essa foi também uma ideia sublinhada pela presidente da ACFAB, Daniela Oliveira, que assumiu funções no ano passado e pretende, ao longo deste mandato, “estabelecer pontes” com as várias entidades para “criar redes estratégicas” que permitam “pensar em iniciativas e propostas que sejam úteis para os cuidadores”.
Criar balcão específico
Em cima da mesa está, embora ainda numa fase embrionária, a criação de um balcão nas instalações do Hospital de Braga especificamente dirigido para o apoio aos cuidadores informais, o que Elisabete Pinheiro e Daniela Oliveira consideram que seria uma “enorme mais-valia”.
“As questões são muitas, os problemas diversos e cada um tem a sua realidade. Um local onde pudesse haver informação disponível para as pessoas seria, obviamente, muito importante, porque temos percebido que há muita desinformação e muito desconhecimento quanto a este tema”, garantiu ao JN a presidente da associação.
Segundo Daniela Oliveira, “muitos familiares são cuidadores”, sobretudo devido à proximidade familiar que mantêm com o doente, “mas nem sequer se reveem nesta condição, o que depois os faz evoluir para estados de cansaço extremo e de burnout”. “Há muito trabalho a fazer do ponto de vista da prevenção e da educação familiar”, concluiu.