Diz o povo que quando se findam as Festas da Senhora das Dores, romaria maior da Trofa, é tempo de começar a pensar nos festejos do ano seguinte, tal é a envergadura da empreitada. Mas há muito que essa antecipação não sucede e, de ano para ano, avolumam-se as dificuldades em encontrar quem queira pôr mãos à obra.
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Desde cativar voluntários para compor a comissão de festas, organizar os cortejos – este ano não se fizeram – ou formar as comissões dos andores, até encontrar figurantes para a procissão, somam-se os desafios que já só a muito custo vão sendo ultrapassados. Ou nem são superados: neste ano, a procissão que honra a Nossa Senhora das Dores com uma dezena de andores descomunais, saiu à rua só com nove, porque a aldeia de Ervosa não teve quem quisesse encabeçar o peditório para armar a padiola de S. Roque. E boa parte dos figurantes surgiu na última hora.
“Cada vez é mais difícil realizar a festa, e, por força das circunstâncias, ela torna-se cada vez mais desinteressante”, observa Mário Moreira, que dirigiu a tardia comissão de 2022 – só se compôs em maio – e sustenta que “alguma coisa tem de ser feita, e o próprio Município tem de ter uma palavra, porque a Senhora das Dores é uma festa demasiado grande e é a Trofa que está em causa”.