Uma mãe refugiada em conversa com a consciência na Casa das Artes de Famalicão
Há cerca de dois anos, quando Teresa Arcanjo e Pedro Galiza começaram a trabalhar na peça de teatro "Fabulamãe", não imaginavam que o assunto pudesse estar tão atual, no momento em que subisse a palco.
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"Fabulamãe" é um espetáculo sobre uma mãe refugiada e as várias reflexões que faz com a sua consciência. Estreia sexta-feira, 1 de abril, ao palco da Casa das Artes de Famalicão, e insere-se no ciclo "Poética da Palavra - Encontro de Teatro", cujo objetivo é conhecer o trabalho concreto desenvolvido ao longo da construção de cada espetáculo.
Durante cerca de uma hora, Teresa Arcanjo, que é também responsável pela encenação, encarna o papel da mãe refugiada que conversa consigo própria. São várias as reflexões que esta mãe, que é também pianista, vai fazendo ao longo da peça.
"Ela está em conflito", diz Pedro Galiza, autor do texto e assistente de encenação. "Está entre dois mundos e não se sente suficiente para nenhum dos dois", aponta.
O pai, o Cerco de Viena em 1683 e a infância são alguns dos assuntos que esta mãe refugiada põe em reflexão com a sua consciência.
Segundo Teresa Arcanjo, a peça convida a uma reflexão sobre os refugiados e sobre a história de cada um. "Cada pessoa é um mundo, é uma história", diz a atriz, que está em palco maioritariamente sozinha, acompanhada apenas em alguns momentos musicais.
A peça é uma produção de Grua Crua, em parceria com a Casa das Artes de Famalicão e com o Festival Internacional de Teatro e Expressão Ibérica (FITEI).
"Fabulamãe" sobe às 21.30 horas de sexta-feira ao palco da Casa das Artes de Famalicão e repete no dia seguinte à mesma hora.