Os concelhos de Barreiro e Seixal estão separados por algumas centenas de metros pelos rios Tejo e Coina, mas quem faz esta ligação é obrigado a percorrer uma distância superior a 20 quilómetros. Falta construir a tão desejada ponte.
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Da zona ribeirinha do Barreiro, junto à estação fluvial, é possível ver o Seixal a algumas centenas de metros, mas o caminho mais curto entre os dois concelhos é pela Estrada Nacional 10, fazendo cerca de 20 quilómetros e enfrentando o trânsito, em especial nas horas de ponta, de manhã no sentido Coina para Lisboa e de tarde no inverso. "Demoro cerca de 20 minutos a vir do Seixal, onde resido, para o Barreiro, onde trabalho, isto sem muito trânsito. Tenho ainda a facilidade de andar ao contrário do maior fluxo de trânsito, mas também depende da hora a que venho", disse à Lusa Ana Monteiro.
A utente diz que no sentido contrário o trânsito é, normalmente, "muito intenso" e refere que, em caso de "acidente ou problema" é difícil sair da estrada nacional, que fica "entupida".
Em tempos existiu uma ligação ferroviária entre os dois concelhos, que foi derrubada por um barco, e agora a única alternativa à EN 10 é, fazendo ainda mais quilómetros, deslocar-se pela via rápida, pagar a portagem, entrar na A2 e depois sair no Seixal.
O futuro adivinha-se mais risonho com a construção da ponte Barreiro-Seixal, prevista no âmbito da Terceira Travessia sobre o Tejo, que vai servir os utilizadores desta ligação e retirar trânsito da estrada nacional, bem como com a extensão do Metro Sul do Tejo até ao Barreiro.
Do Barreiro para Almada, em transportes públicos, a alternativa mais rápida é atravessar o rio, indo por Lisboa. Na ligação entre Barreiro e Almada, ou se apanha o autocarro no Barreiro até à estação ferroviária de Coina e depois o comboio da Fertagus para Almada, ou então o barco do Barreiro para Lisboa e depois outro barco para Cacilhas.
A maioria dos utentes prefere ir à capital. "É mais barato e rápido ir para Lisboa, depois de Lisboa para Cacilhas e apanhar aí o autocarro para o destino. Indo para Coina tenho a sensação que estou a andar para trás", afirmou à Lusa Ana Lourenço, que residia no Barreiro e se deslocava para Almada.