Diz-se que os olhos também comem. Mas na Feira do Folar de Valpaços, que decorre até este sábado, o nariz toma-lhes o lugar. Só o aroma faz salivar. E como na maior parte dos 20 stands desta iguaria no pavilhão multiusos há a possibilidade de provar, melhor ainda.
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Pode-se provar, por exemplo, no espaço da Padaria Bela Doce onde estão as irmãs Sílvia e Sandra Borges. Mostram o que de melhor se produz naquela casa, com estabelecimento na cidade e que não só vende lá como despacha por correio para todo o país.
Esta entrega à distância é, de resto, comum à maior parte dos produtores do folar de carne certificado de Valpaços, muito afamado por esse país fora e, por isso, mais demandado nesta época de Páscoa. Porém, produzem e vendem todo o ano.
O maior aperto ocorre nestes três dias de feira, com pouquíssimas horas de sono, porque folar é coisa que não pode faltar e se o negócio correr bem, quando Andreia Nascimento encerrar o stand da Padaria Pereira, amanhã ao fim da tarde, há de ter vendido "umas centenas" de folares. Fora os bolos económicos, o pão regional, as bolas e outros doces típicos.
Preços subiram um euro
Deolinda Vassal está ali com o folar artesanal, "amassado à mão" na aldeia de Ribas e que leva "tudo o que é caseiro", como os "ovos, o azeite e as carnes" dos porcos que criou. E apesar da crise sabe que vai vender tudo. Mais que fizesse.
O preço do folar está tabelado. De 2022 para 2023, subiu de 12 para 13 euros. Sílvia Borges conta que "corra tudo bem", apesar de o "custo de vida estar mais alto". Rui Conde, da Padaria Juvenal, justifica o novo preço com o aumento "para o dobro" do preço "da farinha, dos ovos, das carnes, de tudo".
O preço foi debatido entre a Câmara Municipal de Valpaços, que organiza a feira, e os produtores. Achou-se que subir mais que um euro poderia afastar compradores. Mesmo que subsista algum receio, "uma mesa de Páscoa sem um folarzinho não é nada", torna Deolinda.
No espaço principal da feira ainda se pode comprar fumeiro, azeite, vinho, frutos secos, mel, entre outros. O certame representa uma "verdadeira lufada de ar fresco para a restauração, comércio e unidades de alojamento turístico" de Valpaços, como salienta o autarca Amílcar Almeida, que estima um "retorno económico superior a 1,5 milhões de euros".