
Pedro Correia / Global Imagens
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, Vítor Paulo Pereira, mostrou-se, na segunda-feira, otimista quanto a encontrar soluções para fazer face à "devastação e prejuízos" deixados pelo mau tempo no Alto Minho. Ainda não há ideia do valor dos prejuízos nos três municípios mais afetados.
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Num balanço de uma visita de reconhecimento aos concelhos de Valença, Vila Nova de Cerveira e Caminha - os mais afetados pelo mau tempo -, que contou com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, Vítor Paulo Pereira louvou o facto de não ter havido "danos humanos graves ou perdas de vidas", na forte intempérie que se abateu sobre o território na madrugada e manhã de 1 de janeiro.
"As infraestruturas custam muito dinheiro, mas com a ajuda dos seguros, das autarquias e do Governo vamos encontrar solução para ajudar as pessoas", disse, referindo que durante a visita ao terreno deparou-se com "algum desespero", mas também com "iniciativa própria e espírito empreendedor" por parte das populações.
"As pessoas das aldeias juntaram-se, limparam e recuperaram danos na medida do possível. Não estiveram à espera de piedade institucional. Por vontade própria e coragem algumas delas já meteram mãos à obra", notou.
Por seu turno, o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, Manoel Batista, adiantou que "neste momento, não há ideia de valores", quanto ao montante de prejuízos.
"Nos próximos dias faremos em todos os municípios o levantamento de necessidades, acompanhado com certeza já de algum caderno de encargos aproximado para as intervenções necessárias, e depois daremos nota disso à CCDR-N e ao ministério [de Ana Abrunhosa]", declarou Manoel Batista. "Percebemos que nos vários municípios existem danos consideráveis e julgo que é preciso, com muita cautela e com tempo necessário, fazer um levantamento exaustivo e sério (...) Daqui a uma semana, semana e meia, já teremos alguns valores e algum levantamento mais objetivo feito", acrescentou.
No final da sua deslocação aos concelhos afetados, a Ministra Ana Abrunhosa manifestou que "não estava à espera do nível de destruição" que encontrou. "Não estava à espera de ver as freguesias com as ruas todas esventradas, não estava à espera de ver estradas transformadas em rios, por isso compreendo a emoção e o desespero dos autarcas", declarou em Moledo, onde a estrada na Travessa das Preces cedeu perante a força das águas e um ribeiro com o mesmo nome arrastou duas viaturas ao longo de cerca de 200 metros até à praia. Naquela zona três habitações ficaram sem saneamento, abastecimento de água e eletricidade.
"Vou muito preocupada. Foi muito grave o que aconteceu no Alto Minho, sobretudo nos concelhos de Valença, Vila Nova de Cerveira e Caminha", disse, indicando que neste último município "vai ser necessário reconstruir o saneamento e os coletores de água em grande parte das freguesias, porque ficaram todos destruídos".
"Foram fenómenos extremos que aqui aconteceram", acrescentou, afirmando "solidariedade" para com autarcas e população.
Rui Lages, autarca de Caminha, afirmou que a Câmara tem equipas no terreno a fazer o levantamento dos danos. "Temos pelo nosso concelho todo arruamentos esventrados, habitações inundadas, com mobiliário estragado e com carros estragados", resumiu, enaltecendo o envolvimento dos bombeiros e sapadores locais no auxílio às populações em situações de emergência. "Contamos verdadeiramente, Nós, Câmara Municipal, Juntas de Freguesia e população com a solidariedade do Governo para a resolução rápida e imediata deste problema", frisou.

