O Núncio Apostólico em Portugal, Rino Passigato, reconheceu, este sábado, o "significado profundíssimo" das Festas do Senhor Santo Cristo de Ponta Delgada quer para os católicos que vivem nas ilhas quer para os que emigraram.
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"Aqueles que por circunstâncias da vida tiveram que emigrar sentem muito forte a ligação à sua terra através deste devoção [ao Santo Cristo]", considerou o diplomata da Santa Sé.
Em declarações aos jornalistas depois de um encontro com o presidente do Governo Regional, Rino Passigato disse também estar nos Açores em representação do papa Bento XVI que há dois anos, quando visitou Portugal teria tido "imenso gosto" de se ter deslocado às ilhas, mas não pode fazê-lo.
O chefe do Executivo regional, Carlos César destacou, por seu lado, a importância do papel desempenhado pela Igreja Católica no arquipélago, referindo entender a vinda de Rino Passigato aos Açores para as maiores festas do Santo Cristo "uma distinção e um reconhecimento para posição de fé dos açorianos".
"A Igreja tem um papel fundamental até do ponto de vista da regulação social na Região", afirmou, realçando o envolvimento da instituição religiosa que "está hoje na origem e no impulso da maior parte da rede de apoio social que existe por todas as ilhas".
Segundo acrescentou, esse papel é também "resultado daquilo que é a expressão de fé no domínio espiritual dos açorianos".
Celebradas desde 1.700 em torno de uma imagem do "Ecce Homo" a que os crentes atribuem poderes milagrosos, as festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres decorrem este fim de semana, reunindo em Ponta Delgada milhares de peregrinos oriundos de várias ilhas açorianas, do Continente e das comunidades de emigrantes.