O presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, disse querer ser o cabeça de lista do PS nas próximas autárquicas. O actual presidente, Carlos Cabral, vai anunciar o mesmo amanhã.
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Está instalada a "guerra" entre os socialistas. Rui Marqueiro, ex-presidente da Câmara da Mealhada e actual presidente da "concelhia" do PS e do Centro de Estudos e Formação Autárquica, diz que ainda aguardou por um sinal de Carlos Cabral para um entendimento que passasse por uma candidatura alternativa à presidência da Câmara, por "alguém mais jovem", "mas como Cabral se remeteu ao silêncio - ele é um excelente gestor de silêncios, alguns deles ensurdecedores -, não tive outra solução que não fosse a de avançar".
Com uma sala cheia de militantes a apoiarem a sua "corrida" à Câmara, Marqueiro aproveitou para anunciar que, da sua parte, irá viabilizar o regresso ao PS dos militantes expulsos do partido por terem apoiado, em 2001, uma candidatura autárquica independente encabeçada por uma militante socialista dissidente.
"Temos de saber perdoar. Durante os últimos anos, esses antigos camaradas não tiveram vida política activa. Vi muitos deles em apresentações de candidaturas nacionais do PS. Não nos podemos esquecer do que se passou em 2001, mas é altura de passar uma esponja e apoiar o regresso ao partido de quem quiser", afirmou Rui Marqueiro.
Numa indirecta à gestão seguida por Carlos Cabral, Marqueiro criticou os que investem no betão, nas estradas e nos jardins, em vez de focalizarem a sua aposta "nos problemas sociais, no apoio efectivo às pessoas".
Já sem rodeios, Marqueiro afirmou não se identificar com a postura autárquica do Executivo de Carlos Cabral, que "tudo gere com secretismos, sem dar explicações ao povo". E deu exemplos: "os projectos dos novos Paços do Município e dos Viveiros Florestais foram escondidos da população porquê? Têm medo de alguma coisa? Este Executivo não ouve, não ausculta, não divulga as coisas porquê?".
Rui Marqueiro condenou ainda o facto da Câmara ter alegadamente andado a guardar milhões de euros - "cerca de cinco milhões", revelou - para gastar nas vésperas das eleições. "Não é essa a forma correcta de servir os interesses das populações. Correcto é fazer obras e apoiar as pessoas quando elas precisam", afirmou.
Dia 20, a Comissão Política Concelhia do PS vai decidir quem apoia na corrida à Câmara.