Alguns feirantes de Pedras Rubras, na Maia, foram na manhã desta quinta-feira surpreendidos com o encerramento do recinto e mostraram-se preocupados com os prejuízos. A suspensão da feira foi decretada pela Autarquia como medida de combate à Covid-19.
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João Martins, de 60 anos e vendedor em Pedras Rubras há 25 anos, chegou ao recinto da feira por volta das 7 horas, tendo sido impedido de montar a sua banca por militares da GNR. Os prejuízos, estimou ao JN, serão "enormes". Até porque vende ainda nas feiras da Senhora da Hora e de Custóias, em Matosinhos, que também já foram suspensas.
"Encomendei as carnes a contar com a feira, não as vou conseguir vender e tenho de pagar ao fornecedor, que não vai querer saber se as vendi ou não", disse João Martins, discordando do encerramento da feira.
"Para mim, o maior foco de contaminação está nas superfícies fechadas. Num espaço aberto como é a feira, cada pessoa leva a sua saca ou o seu carrinho e ninguém lhe põe a mão", referiu.
No recinto, esteve ainda Carlos Moreira, presidente da Junta de Freguesia de Moreira. Ao JN mostrou-se solidário com os feirantes e avançou que vai "sensibilizar a Autarquia para falar o Governo", no sentido de apoiar os cerca de 200 vendedores.
"Percebo que há uma preocupação financeira por estarem 15 dias sem venderem os seus produtos. Percebi também que há algum desconforto por alguns estabelecimentos comerciais estarem abertos. Mas não temos autonomia para os mandar fechar", disse Carlos Moreira.
A estratégia de combate à Covid-19, divulgada na terça-feira pela Câmara da Maia, passa pela suspensão todos os eventos sociais, desportivos, culturais, recreativos ou de formação promovidos pelo município, bem como adiar ou cancelar todas as atividades que impliquem delegações estrangeiras. Na lista de medidas, consta ainda a recomendação de encerrar os centros de convívio para idosos e restringir o acesso dos utentes em centro de dia, com exceção daqueles que não tenham retaguarda familiar.