Vento agrava incêndio em Ponte da Barca. Meios tentam que não alastre a Terras de Bouro
O vento agravou o incêndio que lavra há mais de 40 horas em Ponte da Barca. A grande preocupação dos meios de combate é neste momento conter as chamas, para que não atinjam habitações, nem se alastrem a Terras de Bouro, no distrito de Braga.
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Segundo balanço feito cerca das 14 horas pelo comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho, Marco Domingues, as chamas continuam a alastrar e os meios estão posicionados no terreno para defender aglomerados populacionais. O vento permite ainda a operação dos meios aéreos e estão a chegar reforços de várias zonas do país, para auxiliar no combate e render equipas que já acusam desgaste.
"O incêndio começou em Parada, saltou, atravessou Britelo e Mosteiró, e, neste momento, esta é a frente que mais nos preocupa -, na zona da Ermida. Está ainda dentro do concelho de Ponte da Barca e o objetivo é não deixar este concelho", declarou o comandante Marco Domingues, que referiu que em causa pode estar o alastramento a Terras de Bouro, indicando que todo o território afetado pelo incêndio está dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
Sobre o risco para habitações, Marco Domingues admitiu também que, esta altura, "pode ser um pouco mais preocupante devido ao próprio fenómeno do incêndio. No entanto, temos meios junto às povoações e estão a conseguir cumprir o que é o objetivo que é a salvaguarda das pessoas". "O vento está a ser o grande busílis da questão, porque nos está a provocar demasiadas reativações à retaguarda e estamos a perder alguns flancos. É um terreno difícil de operar, com muita pedra, com muito mato. É praticamente impenetrável para os meios terrestres. Só mesmo com ferramentas manuais".
Foto: Rui Manuel Fonseca
Reforços a chegar às zonas de combate
Esta tarde estão "mais de 250 operacionais e mais de 80 veículos no terreno, e há reforços a chegar".
"Temos todos os meios posicionados, em trabalho. A dificuldade mantém-se nos acessos à parte superior da serra e estamos a aguardar também a chegada do reforço, que tem vindo a acontecer durante esta tarde. Temos de considerar as distâncias que têm que percorrer, a partir do momento que são acionados".
Ao reforço de Terras de Trás-os-Montes, do Douro, do Cávado, e do Ave vão juntar-se meios da Beira e Serra da Estrela.
"Este incêndio já leva muitas horas. Temos pessoal já a entrar em desgaste que tem de ser rendido. É expectável que, fruto das condições das pessoas, que têm de fazer pausa, os meios tendam a baixar um pouco".
O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Minho afirmou que "felizmente, o vento ainda não atingiu velocidades que impeçam a operação dos meios aéreos, mas de qualquer das formas, como aumenta a intensidade de chama, algumas das descargas podem ser menos eficazes".
A questão, neste momento é a rotação e a velocidade do vento que se faz sentir na região e que provoca constantes reacendimentos e projeções.
"Mantemos duas frentes ativas, com agravamento, principalmente, na frente voltada à serra, em direção à Louriça. Também tivemos agravamento junto à Estrada Nacional 203 [cortada]", resumiu Marco Domingues. "Esperamos que até à noite tenhamos uma oportunidade para mitigar este incêndio".