Vila do Conde quer elevar a renda de bilros a Património da Humanidade

Na Escola de Rendas, há mais de 70 alunas inscritas
Foto: Leonel de Castro
A arte da renda de bilros, com cinco séculos, marcou a história de Vila do Conde. Hoje, restam muito poucas mulheres a viver da renda e preservar esta tradição é uma luta quase diária.
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Ester aprendeu a fazer renda de bilros com quatro anos. Naquele tempo, era "obrigação" para toda a vileira que se prezasse. Usava-se na roupa, nas toalhas, nos lençóis. Era um luxo só ao alcance de alguns. E, para quem a fazia, sinónimo de pão na mesa. Chegaram a ser mais de mil. Trabalhavam em oficinas, que eram verdadeiras fábricas. A mudança de hábitos, emancipação da mulher, a moda, a industrialização e o crescimento urbano fizeram-na cair em desuso. Hoje, não resta mais de uma dezena a viver da renda. Agora, a Associação para a Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde (ADAPVC) quer preservar a tradição e inscrever a renda de bilros de Vila do Conde no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI). O objetivo é chegar à UNESCO e juntar as rendas ao Fado, ao Cante Alentejano e ao Barro de Estremoz como Património da Humanidade. Recentemente, a associação recebeu 53 mil euros de fundos europeus para um projeto de promoção da renda de bilros, que se estenderá por dois anos.

