Centro para a Economia e Inovação Social é inaugurado na sexta-feira na Guarda para trabalhadores e gestores de IPPS, cooperativas e misericórdias
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O Governo vai inaugurar, na sexta-feira, na Guarda, um Centro para a Economia e Inovação Social (CEIS), destinado a qualificar e a formar cerca de 27 mil trabalhadores e gestores de IPSS, cooperativas e misericórdias portuguesas. A revelação foi feita esta quinta-feira ao JN pela ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que presidirá à cerimónia com a homóloga Yolanda Díaz, ministra do Trabalho e Economia Social de Espanha, no âmbito de um acordo de cooperação transfronteiriça nesta área.
"Identificámos como missão deste centro a qualificação e a formação dos trabalhadores da economia social", explica Ana Mendes Godinho. "Estamos a falar de cerca de 27 mil pessoas, que correspondem a cerca de 6% da população empregada em Portugal, nas mais diversas entidades de economia social", garante. "Foram os próprios parceiros da economia social a identificar como crítica e importante a capacitação da gestão e a qualificação dos trabalhadores."
A ministra da Segurança Social também considera fundamental aumentar o nível de conhecimentos das instituições da economia social, tendo em conta a evolução da demografia em Portugal. "É evidente que precisamos, cada vez mais, de pessoas dedicadas e a trabalhar nas áreas do cuidado nas suas várias dimensões, seja nas creches, seja no acompanhamento do envelhecimento", justifica. "O nosso objetivo também é ter capacidade de formação para a reconversão profissional de pessoas que estejam interessadas em mudar de área."
Ana Mendes Godinho revela que o funcionamento do CEIS vai ser financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 10 milhões de euros, e entrará em funcionamento no "início de maio", nas antigas instalações da Secretaria de Estado da Ação Social da Guarda. "Este centro de competências é pioneiro e inovador, porque, pela primeira vez, vai ter como parceiros todos os representantes da economia social", adiantou a governante.
Em termos operacionais, a ministra adianta que as ações de formação serão, sobretudo, à distância, tirando partido das novas tecnologias, como forma de "otimizar os recursos". Está ainda previsto celebrar protocolos de colaboração com parceiros locais. "O nosso objetivo é ter um centro especializado, com know-how para diagnóstico e construção à medida de soluções de capacitação e de formação na área da economia social", concretiza. "No fundo, será a cabeça de uma rede de capacitação e de formação."
Espanha alinha no projeto
Espanha quis associar-se a Portugal no aumento das qualificações no setor da economia social, pelo que a cidade da Guarda foi identificada como "nevrálgica", por estar no centro da Península Ibérica. "Teremos capacidade de ganhar escala e massa crítica, partilhar soluções inovadoras e disseminar ações de capacitação, seja de trabalhadores, seja na gestão", acredita Ana Mendes Godinho. Como tal, a Confederação da Economia Social Portuguesa e a Confederação da Economia Social Espanhola integram o projeto. A cerimónia tem início às 10.30 horas no Instituto Politécnico da Guarda.