<p>O Ministério da Economia deverá anunciar esta terça-feira a compra da fábrica Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, pelo grupo Visabeira. </p>
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Dúvidas pairam ainda sobre os 172 trabalhadores da empresa de faianças artísticas.
A notícia foi ontem confirmada à agência Lusa por Vera Jardim, sócio minoritário da empresa, que tem participado nas negociações desde Dezembro, altura em que a fábrica deixou de ter encomendas suficientes para ser viável. Vera Jardim não referiu, no entanto, os valores envolvidos na aquisição do capital, para que a empresa de Viseu fique como sócia maioritária da Bordalo Pinheiro.
O Ministério da Economia chamou a si a gestão deste processo ao longo dos últimos meses, empenhando-se em salvar uma empresa histórica para o país. A solução estará na compra pelo grupo com sede em Viseu, que assim passa a gerir a fábrica de cerâmica das Caldas da Rainha. Ao JN, o responsável da Visabeira pela área da comunicação, José Arimateia, optou por não fazer comentários, remetendo declarações da empresa para um comunicado, que deverá ser enviado hoje às redacções.
Vera Jardim afirma que, com esta operação, o que se pretende é viabilizar a empresa, não adiantando se a nova administração vai manter os 172 postos de trabalho existentes.
Entre os trabalhadores, o sentimento também é de expectativa. À Lusa, Carlos Elias, do Sindicato dos Trabalhadores da Cerâmica do distrito de Leiria e operário da fábrica, afirma desconhecer quais são as intenções da Visabeira, sentimento partilhado pelos restantes operários da Bordalo Pinheiro.
Com 125 anos de existência, a Bordalo Pinheiro parou a produção em Dezembro, com o número de encomendas a não ser suficiente para a viabilização da empresa. Nos últimos meses têm sido levadas a cabo várias diligências no sentido de salvar a empresa, com iniciativas por parte da Caixa Geral de Depósitos e dos hipermercados E.Leclerc, que se disponibilizaram a vender peças da fábrica centenária, onde, recorde-se, ainda existem centenas de moldes originais de Rafael Bordalo Pinheiro.
Também a Câmara Municipal das Caldas da Rainha se disponibilizou a ajudar a Bordalo Pinheiro, tendo, em Maio de 2008, comprado uma parte da fábrica por 900 mil euros. Os últimos 200 mil euros foram pagos pela autarquia em Janeiro. O JN tentou obter um comentário por parte do presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, a propósito da compra da fábrica, mas tal não foi possível até ao final desta edição.