<p>Um trabalhador da construção civil sobrevivente do colapso de um viaduto durante a construção da A15 (Caldas da Rainha-Santarém) disse esta terça-feira em tribunal que não houve compactação dos materiais usados na fundação das cofragens de suporte do tabuleiro.</p>
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"Nunca vi um cilindro em cima da fundação do cimbre [parte metálica provisória de suporte do tabuleiro do viaduto] ou uma máquina a calcar o terreno", em cima da brita e das vigas de madeira colocadas, disse Rui Ribeiro, na sessão do julgamento, que foi ontem retomado após as férias da Páscoa no Tribunal de Peniche, devido à realização de obras no de Caldas da Rainha.
Rui Ribeiro testemunhou também enquanto ofendido no processo, por ter sido uma das vítimas do acidente, ao ficar ferido com gravidade, trabalhando na altura como pedreiro na construção do viaduto, ao serviço da empresa Novopca.
O trabalhador disse também que "nunca lhe explicaram a que normas de segurança deveria obedecer", sendo a primeira vez que participava numa operação de betonagem do tabuleiro de um viaduto de auto-estrada.
O julgamento, iniciado em meados de Março, envolve 13 técnicos da obra, a maioria engenheiros civis, acusados do crime de infracção das regras de construção, cerca de 200 testemunhas e 17 advogados.
Os arguidos, que trabalhavam em três das várias empresas do consórcio contratado para a empreitada, são acusados pelo Ministério Público (MP) de irregularidades de construção, que causaram a morte a quatro trabalhadores e deixaram outros 12 feridos, na sequência do colapso do viaduto, que estava em construção sobre o rio Fanadia, em São Gregório, Caldas da Rainha.
A próxima sessão do julgamento deverá realizar-se amanhã.