<p>Um casal de Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis, ficou sem casa após um incêndio. Um mês depois, vive num pequeno quarto com dois filhos menores e da caridade da vizinhança. A ajuda prometida pelo presidente da Câmara no dia do fogo nunca foi concretizada.</p>
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Há cerca de um mês que Rui Almeida e Liliana Ribeiro vivem, juntamente com os dois filhos, de dois e três anos, num pequeno quarto cedido por um familiar que, agora, dorme num sofá. Em Fevereiro, a habitação alugada pelo casal no Bairro Figueiredo ficou destruída, após um incêndio que consumiu ou danificou todos os bens que a família possuía. "Ficámos sem nada", confirmou Rui Almeida. O que escapou às chamas foi estragado pelo fumo e pela água usada no combate ao fogo: "Nem os documentos se salvaram".
O desespero do casal no dia do incêndio foi atenuado com as promessas de ajuda. "Esteve aqui o senhor presidente da Câmara, que prometeu ajudar-nos. Disse que a Câmara tinha verbas disponíveis para estas situações", recordou Liliana Ribeiro.
Nos dias seguintes, o casal contactou os serviços da Autarquia. "Disseram que podiam acolher-nos no Centro de Acolhimento Temporário, mas deram a entender que podíamos ficar separados dos nossos filhos e, por isso, não aceitámos", contou Liliana Ribeiro. "Disseram que nos apoiavam se conseguíssemos alugar uma casa com três quartos e uma renda que não ultrapassasse os 250 euros, mas, por esse valor, não conseguimos. Também não temos dinheiro, porque ficámos os dois desempregados", lembrou.
Liliana e Rui tentaram transmitir esse facto à Autarquia, sem sucesso. "Liguei para a Câmara duas vezes na semana passada, mas disseram-me que a responsável pelo processo não estava disponível", afirmou Liliana.
Sem o apoio do Município, o casal e os filhos pequenos vão vivendo da ajuda dos familiares e vizinhos. "O meu irmão cedeu-nos o quarto dele, onde dormimos os quatro, e os vizinhos ajudam-nos com roupa e outras coisas", explicou Rui Almeida
"Para que vieram o senhor presidente e outras pessoas apertarem-nos as mãos e prometer nos jornais que nos ajudavam, se agora contamos apenas com o apoio dos amigos?", questionou.
O desagrado é partilhado por Constantino Pereira, que ficou com a casa ligeiramente danificada por causa do incêndio: "Uma ajuda a este casal era bem-vinda e depois das promessas que lhes fizeram era mais do que justo".