A Lousã ganhou, ontem, mais 30 mil árvores. Cerca de 1200 voluntários participaram num projecto de reflorestação promovido pela Fundação Floresta Unida. E houve quem levasse um autógrafo para casa: o actor Paulo Pires também lá esteve, de enxada na mão.
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O projecto consistiu na plantação de árvores de 12 espécies autóctones - sobreiros, freixos, castanheiros e diferentes tipos de carvalhos, entre outras - , num só dia, nas imediações do aeródromo e do Centro de Operações e Técnicas Florestais da Lousã, uma área que foi afectada pela doença do pinheiro - nemátodo.
Todas as árvores têm a garantia de 30 anos de gestão e de protecção, como frisou David Lopes, coordenador geral da Fundação Floresta Unida. "Não estão só a plantar árvores; estão a marcar o início de um longo trabalho", dirigiu aos voluntários, ligados, em grande parte, a empresas parceiras.
Maria José Pinheiro viajou de Paredes, com a filha, para pôr mãos à terra. "Fiz questão de vir, porque acho que todos devemos ajudar. A floresta tem desaparecido a olhos vistos", disse, depois de ter plantado a árvore à qual deu o nome da filha: Sara. Acabaram, ambas, por recolher um autógrafo de Paulo Pires, um dos rostos célebres que aceitaram juntar-se à iniciativa. António Romano, da agência de modelos Central Models, parceira da Fundação Floresta Unida, também participou.
António Romano falou na importância de dar o exemplo, ao referir-se à "capacidade" que as caras da agência têm "de influenciar os nossos jovens". Já Paulo Pires assinalou que se trata de "uma causa muitíssimo nobre". "Temos de pensar em preservar aquilo que temos o mais possível e semear, porque a única maneira de colhermos amanhã é semearmos hoje", acrescentou.
O presidente da Câmara da Lousã, Fernando Carvalho, também pegou na enxada. Mas, antes, em declarações aos jornalistas, destacou o contributo de acções como esta, em matéria de "sensibilização". "Nestas iniciativas, aparecem muitos jovens. É a garantia de que temos grandes possibilidades de ir alterando a forma como as pessoas vêem a floresta", defendeu o autarca.
A pensar na sensibilização dos mais novos esteve Tânia Antunes, que levou os dois filhos, "para os incentivar, mostrar como é importante nós colaborarmos com o ambiente". É técnica florestal na Associação Florestal do Pinhal - Aflopinhal, com sede ali mesmo, na Lousã. E, "como tal, não podia faltar", observou, bem disposta.
O presidente da Câmara da Lousã fez referência, ainda, ao "longo esforço" desenvolvido, no concelho, no sentido de "manter esta mancha [verde]".
E sublinhou que "a Câmara Municipal da Lousã tem uma estrutura própria para evitar que a área ardida seja significativa". Mais adiante, Fernando Carvalho destacou que, nos últimos anos, os "telejornais" já não abrem com notícias relativas a incêndios florestais no concelho.