Há mais mulheres e poucos homens envolvidos nas temáticas ambientais. É a cultura? É o patriarcado? Pela primeira vez, Portugal tem um dia dedicado à sustentabilidade. É um sinal?
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Ana Milhazes (fundadora do Lixo Zero Portugal), Marta Cerqueira (do site Peggada), Joana Guerra Tadeu (a ambientalista imperfeita), Eunice Maia (a Maria Granel), Susana Fonseca (da direção da Zero) são caras e vozes na linha da frente do consumo consciente. A balança está desequilibrada.
O lixo que produziu nos últimos seis anos e três meses, o que não dá para reciclar, cabe dentro de um frasco de vidro. Ana Milhazes, socióloga, fundadora do Lixo Zero Portugal, autora do livro “Vida lixo zero”, guarda autocolantes de fruta, etiquetas de roupa, cerdas das escovas de dentes de bambu, pulseiras de festivais e outros eventos, molas da roupa, lentes de contacto, lâminas do aparelho da depilação. É um frasco 2 em 1, o frasco do ativismo, como lhe chama, porque lhe lembra que pode fazer melhor, porque sabe que o que ali está não é seu. “Estes resíduos são das marcas que quando produzem este tipo de produtos deviam pensar no descarte”, repara. É também o “frasco da vergonha” das marcas, como diz. “Tudo devia ter um destino”, defende.