Shakira acordou com o Ministério Público espanhol o pagamento de sete milhões de euros para evitar ir a julgamento, por fuga ao fisco. “Se Shakira se tivesse apaixonado por (Sergio) Ramos, ter-lhe-ia custado menos dinheiro”, reagiu o advogado da artista, sublinhando que três dos seis crimes só existem na Catalunha.
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Após Shakira firmar acordo com o Ministério Público, no caso em que foi acusada de fraude fiscal, em declarações à emissora RAC1, o seu advogado, Pau Molins, manifestou-se contra as desigualdades existentes entre as comunidades autónomas no que respeita à interpretação de crimes fiscais, considerando que a sua artista acabou prejudicada por ser processada na Catalunha e não em Madrid.
“Eles falam de igualdade dos espanhóis, mas se é residente na Catalunha, pode ir para a prisão por um crime que é impossível em Madrid, tendo a mesma conduta, porque lá não há imposto de património”, defendeu Molins, considerando que o relacionamento de Shakira com Gerard Piqué “saiu muito caro”.
"Se ela se tivesse apaixonado por (Sergio) Ramos, teria custado menos dinheiro", atirou o advogado, que estima em cerca de 120 milhões de euros o dinheiro desembolsado pela cantora colombiana ao Fisco durante os anos que viveu em Barcelona.
Pau Molins usou o nome do ex-jogador do Real Madrid, que agora joga no Sevilha, como exemplo, por ser da mesma geração de Piqué, o ex-capitão do Barcelona.
Na segunda-feira, Shakira chegou a acordo com o Ministério Público de Espanha no caso em que foi acusada de fraude fiscal. Ela estava indiciada por não pagar 15,5 milhões de euros em impostos, de rendimentos que auferiu entre 2012 e 2014.
Ao fim de seis anos, o processo chegou ao fim. Shakira reconheceu que defraudou o fisco espanhol em 14,5 milhões de euros e aceitou pagar multas de 7,8 milhões, evitando assim cumprir uma pena de prisão.
Em comunicado, a intérprete de “Chantaje” explicou a decisão, “após muitos anos de luta”. “Cheguei à conclusão de que não é um triunfo vencer se o preço é ver tantos anos da nossa vida serem-nos roubados”.
“Os meus filhos (Sasha e Milan, nascidos da relação com Gerard Piqué) pediram-me para o fazer. Tenho de escolher as minhas batalhas e a mais importante para mim agora é fazer tudo para que os meus filhos tenham uma vida plena e se concentrem no que é realmente importante: vê-los crescer e passar tempo com eles, sem os sujeitar à angústia de ver a mãe num processo-crime com o desgaste que isso implica”, confessou.
De qualquer forma, notou que “este sistema em Espanha deve ser revisto para o bem dos cidadãos”. “E, pela minha parte, continuarei a ser uma aliada para que isso aconteça. Há muitas pessoas que não têm recursos para pagar uma boa defesa ou mesmo para chegar a um acordo e viram as suas vidas desperdiçadas”, acrescentou.
Shakira continua com assuntos pendentes com a Agência Tributária e vai manter a sua posição no processo administrativo relativo ao ano fiscal de 2011, que considera “um disparate”. Isto porque defende não esteve “nem perto de ser residente em 2011” e obrigaram-na "a pagar todo o fundo de maneio" da sua digressão.
“Houve uma espécie de dupla tributação e foram-me aplicadas coimas desproporcionadas sobre rendimentos que não existiam. De tal forma que tive de pagar 60 milhões”, recorda, recuando até ao período após sair de uma “longa relação de mais de dez anos” com Antonio de la Rúa.