“As supermodelos”: série documental mostra vícios, abusos e amores dos ícones dos anos 1980/90
Estreia na quarta-feira na Apple TV+ série documental com imagens e depoimentos inéditos sobre os percursos de Christy Turlington, Cindy Crawford, Linda Evangelista e Naomi Campbell.
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“Nos anos 80, Naomi Campbell, Cindy Crawford, Linda Evangelista e Christy Turlington tornaram-se ícones da moda - e depois transcenderam a sua história ao unirem-se”, resume a Apple TV+ na apresentação do documentário “As supermodelos”, que estreia na quarta-feira.
A série de quatro episódios “é a história de como (as modelos) reclamaram o seu poder e moldaram o mundo que se seguiu”, resume a plataforma de streaming. O quarteto, formado durante os anos 1980, inspirou as principais transformações da moda nas últimas décadas do século XX e é no percurso das protagonistas que o enredo incide. Quem são, onde vivem, o que fazem, são algumas das questões que serviram de fase ao projeto.
Tudo começa com relatos de como foram descobertas e acompanha a vida de todas até 2022, com base em entrevistas, depoimentos e um fantástico arquivo de imagens, através dos quais os diretores Larissa Bills e Roger Ross Williams (vencedor de dois Oscar de melhor documentário) e o produtor Ron Howard destrinçam as características que tornaram Christy, Naomi, Cindy e Linda especiais.
Em cada desfile brilhavam tanto ou mais do que os designers ou marcas. Fama e fortuna conquistadas, não escaparam a graves problemas pessoais, como regista a série, que não aborda apenas o lado belo das suas carreiras. No meio do glamour houve dependências, violência doméstica e até preconceito e discriminação.
Na primeira pessoa
Naomi Campbell recorda os tempos em que trabalhou como modelo na adolescência sem que a mãe soubesse, do vício em cocaína e o internamento numa clínica de reabilitação aos 20 anos, além dos acessos de raiva com que lidou nessa altura. O casamento com o seu agente aos 22 anos e o abuso de que foi vítima por parte dele estão entre os assuntos partilhados por Linda Evangelista, que fala também da luta contra o cancro da mama e o tratamento estético que a deixou “desfigurada”.
Como destacou Larissa Bills, a codiretora da série, “os anos 1990 foram, de certa forma, um período único, em que tudo convergiu: música, arte, moda”, com Naomi, de 53 anos, Christy, de 54, Linda, de 58, e Cindy, de 57, a mudarem mentalidades. Só que antes “nunca tivemos realmente acesso às suas histórias, pessoais e coletivas, do seu ponto de vista”, referiu a responsável à AFP.