Ao fim de dez meses de noivado, infanta Maria Francisca de Bragança e Duarte Martins dizem o “sim” este sábado na Basílica do Palácio de Mafra. Cerimónia religiosa está marcada para as 15 horas e poderá ser vista na TV.
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Dois dias após se celebrar a Implantação da República, Mafra veste-se de gala para o casamento real português, que já está entre os grandes eventos do ano no nosso país.
O momento alto está marcado para as 15 horas deste sábado, com a cerimónia religiosa na Basílica do Palácio, presidida por Dom Manuel Clemente, cardeal-patriarca emérito, quando a infanta Maria Francisca de Bragança e o advogado Duarte Martins se tornarem marido e mulher, dez meses após o pedido de casamento em Timor-Leste.
São esperados cerca de 1200 convidados, quer no interior do templo, como nos claustros onde se realizará, às 16.30 horas, o cocktail.
Já casados, antes de se reunirem com aqueles que aceitaram o convite, os noivos sairão até ao Terreiro D.João V, onde a Real Associação de Lisboa e o seu Núcleo do Oeste organizarão uma festa popular.
Nessa altura, Maria Francisca, de 26 anos, e Duarte, de 32, que é neto do arquiteto e pintor João de Sousa Araújo, vão cortar o primeiro bolo, com uma espada.
Bolo de 150 kg foi feito no Porto
Para a noiva, este “é o principal”, pois vai ser partilhado pela população que acarinha a sua família. Confecionado pelo chef Hélio Loureiro, outro bolo de noiva será servido nos claustros, destacando detalhes em filigrana de Gondomar que vincam a tradição lusa. Com quase 150 quilos, o bolo seguiu do Porto para o local, onde foi finalmente montado.
O momento é aguardado com grande expetativa: não se assiste a um casamento real em Portugal há 28 anos. O anterior foi o de D.Duarte Pio e Isabel de Herédia, os pais de Maria Francisca, a 13 de maio de 1995, no Mosteiro dos Jerónimos. Este é também é o quarto enlace ocorrido na República, ou seja, desde 1910, se bem que só a boda dos duques de Bragança tenha tido pompa em território nacional. Antes, a 4 de setembro de 1913, no exílio, o rei Dom Manuel II casou-se com a princesa Augusta Vitória no sul da Alemanha, e, em 15 de outubro de 1942, foi a vez de Dom Duarte Nuno, neto do rei Dom Miguel, ainda impedido pelo Estado português de entrar em Portugal, celebrar o seu matrimónio com Maria Francisca, princesa de Orléans e Bragança, no Rio de Janeiro, Brasil.
Príncípes sem coroa
Os tempos mudaram e, num regime democrático como o português, nada impede os monárquicos de se expressem em liberdade e o casamento a que hoje se assiste é a prova de que o povo continua a apreciar histórias de príncipes e princesas, mesmo que não tenham direito a coroa.
Se Portugal ainda fosse monárquico, Maria Francisca, que desde 2018 ostenta o título de duquesa de Coimbra, seria a terceira na linha de sucessão ao trono, depois dos irmãos D. Afonso, príncipe da Beira, e D. Dinis, Duque do Porto.