Processo do príncipe Harry contra "The Sun" por recolha ilegal de informações vai a julgamento
O processo do príncipe Harry contra o tablóide "The Sun" por alegada recolha ilegal de informações pode ir a julgamento, segundo uma decisão de um juiz do Supremo Tribunal de Londres conhecida esta quinta-feira.
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O duque de Sussex está a processar o News Group Newspapers (NGN) - editora do "The Sun" -, que pediu ao Supremo Tribunal para rejeitar o processo do príncipe Harry, argumentando que o prazo legal tinha sido excedido. Porém, o juiz Timothy Fancourt ordenou que o caso fosse a julgamento. “Um julgamento das reivindicações do duque e de muitos outros requerentes está previsto para janeiro de 2024”, escreveu Fancourt num resumo de 19 pontos da decisão.
O juiz decidiu que o príncipe "tem um caso realisticamente discutível no julgamento" sobre as alegações de que o tablóide obteve "informações confidenciais de terceiros" de forma ilegal, em parte através de investigadores particulares. Por outro lado, em relação às acusações de uma suposta invasão do telefone do príncipe, que datam dos anos 2000, Fancourt disse que o "período de prescrição" de seis anos expirou antes de Harry entrar com a ação em 2019.
O juiz também rejeitou as alegações de Harry de que tinha atrasado o início do processo devido a um "acordo secreto" entre a família real e a editora, determinando que a alegação "não atingiu o limite necessário de plausibilidade e convicção" e que "não havia testemunhas ou provas documentais para apoiar o que o duque afirmou".
Relação complicada com os média
Harry, o filho mais novo do rei Carlos III, tem um relacionamento difícil com os média, principalmente desde que deixou a família real com a mulher, a norte-americana Meghan Markle, no início de 2020. Desde então, ambos iniciaram processos judiciais contra editores de jornais britânicos, inclusive por violação de privacidade e direitos autorais e difamação.
O duque esteve envolvido em seis batalhas legais nos últimos meses e apresentou queixas contra três grandes editoras de jornais por alegações de recolha ilegal de informações, bem como contestações legais contra o Ministério do Interior em relação à sua segurança pessoal.
No mês passado, o príncipe acusou o Mirror Group Newspapers de invadir telefones em "escala industrial", tornando-se o primeiro membro da realeza britânica em mais de um século a depor como testemunha.