Acordos entre Sócrates e Passos Coelho traduzem-se em mais desemprego e mais impostos, acusa Louçã
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, disse, no domingo à noite, em Braga, que os acordos entre Sócrates e Passos Coelho têm como resultado o "aumento de impostos, o crescimento do desemprego e o acelerar da crise económica".
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"Nos 100 dias da liderança de Pedro Passos Coelho, o PSD anunciou que está pronto para chegar ao Governo e eu disso não tenho dúvidas porque eles já demonstraram como são capazes de fazer parte deste Governo", afirmou.
Francisco Louçã falava num comício realizado no centro de Braga, em que intervieram também os deputados bloquistas João Semedo e Pedro Soares, além da dirigente local Paula Nogueira.
Para o dirigente do BE, "quando José Sócrates se junta a Passos Coelho para discutir a crise, o resultado é a redução do subsídio de desemprego, e quando se encontram para falar da situação económica, é muito fácil chegarem a acordo: aumentam-se os impostos".
Louçã considerou que, "pelos vistos, é mais fácil José Sócrates entender-se com Passos Coelho sobre as medidas de austeridade que agravam a crise e sobre as piores políticas de ataque anti social do que entender-se com o seu próprio Governo acerca do que deve ser uma revisão constitucional".
No seu discurso, lembrou a projecção apresentada sexta feira sobre o futuro da economia portuguesa no futuro, para defender que as previsões "dizem que ,no próximo ano estaremos pior".
"Este ano houve muito desemprego, para o ano ainda haverá mais e a explicação para isso é as medidas uma a uma que o Governo adoptou", acusou.
O líder partidário criticou também o que considerou ser uma contradição nas posições do primeiro ministro em relação à Comissão Europeia e ao seu presidente, Durão Barroso.
"Hoje disse numa entrevista a propósito da PT que a Comissão é ultra liberal, mas que eu me lembre foi Sócrates que nos disse que Barroso era o homem indicado para liderar a Comissão", declarou.
Louçã sustentou que "na Europa, a boa solução é uma política europeia contra a austeridade e para proteger as economias atingidas pelo sistema financeiro que vampiriza a vida do trabalho e dos trabalhadores".
"Durão Barroso é o pior presidente da CE que podemos ter porque quer agravar a crise", afirmou, dizendo "não esperar nada" da Comissão Europeia.
A concluir afirmou que é possível uma política socialista em Portugal, tese que exemplificou com as recentes propostas do BE na área da saúde e em especial nas medidas que pretende implementar para diminuir o custo das receitas farmacêuticas.
Durante o comício quer o próprio Louçã quer João Semedo teceram críticas ao Governo por ter entregue a construção e gestão do Hospital de Braga ao grupo Mello Saúde, dizendo que tal vai prejudicar os utentes e os trabalhadores.