Ângelo Correia avisa que "não se pode dançar o tango sem ser a dois" para justificar a sua discordância com a estratégia seguida pelo PSD. Pedro Duarte, vice do grupo parlamentar, diz que "é uma má estratégia partidária, mas uma excelente estratégia patriótica".
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A adaptação da frase usada, em Maio, por José Sócrates serve, agora, a Ângelo Correia, um dos principais conselheiros políticos de Passos Coelho, para afirmar, ao JN, que será o primeiro-ministro a recusar uma negociação.
A confirmar-se o cenário, o líder social-democrata dançará sozinho. Este receio traduz um sentimento partilhado por outros sociais-democratas, que não estão convencidos de que a estratégia irá resultar.
"O meu problema não é o PSD, nem o líder e nem as propostas. Elas só são eficazes se tiverem pessoas que as negoceiem. Não acredito que, do outro lado, alguém queira negociar", explicou.
Para Pedro Duarte, "se olharmos só para o interesse do PSD", estamos perante "uma má estratégia partidária". E "o caminho seria outro", como "uma abstenção condicional, sem condições". Assim, "o PSD desresponsabilizava-se da situação e esperava que o Governo fritasse em lume brando".
O Executivo, diz, "não tem outra hipótese" senão "aceitar a esmagadora maioria" das propostas. E seria "penalizado" se concretizasse a ameaça de demissão.
O conselheiro António Capucho defendeu, à Lusa, um "mediador" para acelerar o acordo. Sugeriu Ernâni Lopes e Artur Santos Silva. Para o ex-líder do PSD Luís Filipe Menezes, a sugestão é "ridícula" por "desqualificar os agentes políticos e ir buscar terceiras e quartas figuras".