Associação de Oficiais das Forças Armadas teme que militares que sobreviveram no Afeganistão sucumbam em Portugal
<p>A Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) teme que militares que sobreviveram no Afeganistão possam "sucumbir" em Portugal, caso a proposta de Orçamento do Estado de 2011 seja aprovada. Em causa estão os postos de três mil militares contratados. </p>
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Em declarações à Lusa, o comandante Jara Franco, presidente da AOFA, explica que, "no meio destes jovens, pode estar um que andou a servir um país no Afeganistão, jurou bandeira, andou lá, conseguiu lá sobreviver e vem sucumbir aqui a Portugal".
Para o presidente da AOFA, esta "é uma situação que devia ter sido acautelada já durante este ano", para evitar "a duplicação de custos" com o pagamento de subsídios de desemprego aos militares dispensados e das remunerações dos que tem de contratar.
Esta "é uma necessidade orçamental, porque os ramos [militares] continuam a precisar destes militares e isso vai ter consequências ao nível do funcionamento e da operacionalidade dos próprios ramos", critica.
Assim, em comunicado, a AOFA explica que pretende que seja criado um regime de contrato especial ou de longa duração (10 a 12 anos), "em que o acréscimo do tempo de permanência ao serviço asseguraria uma substancial economia nos custos".
Desta forma, a AOFA estima "uma poupança de 50 milhões de euros só em 2011, razão ironicamente agora invocada para justificar a redução destes três mil efectivos".
A ser aprovada a proposta de Orçamento do Estado, alerta o comandante Jara Franco, "vai haver mais um grupo de descontentes que, se calhar, era fácil de evitar".
A proposta de Orçamento do Governo prevê uma redução de 3000 militares contratados nos três ramos das Forças Armadas até Setembro de 2011.