A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, considerou que o conteúdo dos discursos da sessão solene do 25 de Abril foi o normal, porque "o Parlamento é um lugar de combate, não de unanimismo".
Corpo do artigo
"O Parlamento é um lugar de combate, não é um lugar de unanimismo. Portanto, o que houve hoje aqui de manhã é o que é normal nos parlamentos, é o que é saudável. É aquilo a que eu chamo o combate sagrado dos parlamentos, que é sempre igual, em tempos de crise, e sem ser em tempos de crise", declarou Assunção Esteves aos jornalistas, depois de abrir as portas da Assembleia da República aos cidadãos, num gesto simbólico por ocasião do 25 de Abril.
Segundo a presidente da Assembleia da República, "nestes tempos difíceis, os discursos tendem sempre a ser discursos mais de intervenção e menos de ritual" e foi isso que aconteceu na sessão solene comemorativa do 39.º aniversário do 25 de Abril.
"Creio que todos os discursos desta manhã - dos partidos, do senhor presidente (da República), o meu próprio discurso - tiveram como ponto comum um sentido de intervenção e menos um sentido de ritual. É a única coisa que eu quero dizer", afirmou.
Interrogada se tem esperança no consenso político, Assunção Esteves considerou que "é no Parlamento que a esperança tem a sua centralidade".
À entrada para a apresentação do livro "Enciclopédia da Constituição Portuguesa", coordenado por Jorge Bacelar Gouveia e Francisco Pereira Coutinho e editado pela Quid Juris, na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa também foi questionado sobre os discursos da sessão solene do 25 de Abril.
"Não ouvi os discursos, palavra de honra, estava numa sessão em Viana do Castelo. Não sei nada do que foi dito, nada", respondeu o social-democrata. "Fui ao Porto apanhar o avião para vir para aqui para ver este lançamento. Não sei nada. Vou ver logo à noite", acrescentou.