O Bloco de Esquerda classificou, esta quinta-feira, o programa eleitoral do Partido Socialista como "uma amostra de programa" com a "perna muito curta", sublinhando que o verdadeiro programa socialista irá resumir-se às imposições do FMI e da Comissão Europeia para a política económica.
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"Este programa é uma amostra de programa e tem a perna muito curta, porque é um programa que vai durar uma semana até ser conhecida a proposta ou a imposição que o FMI e a Comissão Europeia sobre o que vai ser a política económica do país nos próximos anos", afirmou o dirigente do BE, Jorge Costa, em conferência de imprensa na sede do partido, a propósito do programa do PS, que foi apresentado quarta-feira.
Considerando que a política da "aliança" FMI com o PS e a direita é o verdadeiro programa dos socialistas, sociais-democratas e democratas-cristãos, Jorge Costa alertou para o caminho que a vitória dessa "aliança" irá levar, nomeadamente o congelamento de pensões, o aumento do IVA ou a diminuição do valor das indemnizações por despedimento.
"Esse é o programa escondido, por enquanto, do PS, é o compromisso que ele tem e que já disse que tem, portanto, este programa é o que sobra, é uma amostra da proposta do PS para estas eleições. Daqui a menos de uma semana isso ficará à vista de todos os portugueses", frisou.
Para além disso, acrescentou ainda o dirigente do BE, o programa do PS limita-se a reunir "uma série de velhas promessas que é uma colecção de fracassos", em áreas como o combate à precariedade ou a reabilitação urbana.
"As palavras fáceis do primeiro-ministro sobre reabilitação urbana não convencem, tanto mais que sabemos desde há mais de um ano que a reabilitação urbana entrou no discurso do PS sem que isso se tivesse traduzido em nenhuma medida prática", referiu Jorge Costa, insistindo na ideia que o programa do PS é um conjunto de "velhos fracassos agora retomados como novidade".
Questionado sobre as críticas do PS à esquerda, Jorge Costa desvalorizou-as, considerando-as "naturais".
"Não esperávamos outra coisa que não os ataques do PS", sustentou, lembrando que nas eleições de 5 de Junho estarão em confronto projectos para a economia, "um representado pela aliança FMI, do PS com a direita" e outro representado pela resposta da esquerda que quer "uma economia a crescer".