O secretário de Estado Carlos Moedas disse esta segunda-feira que os sacrifícios que estão a ser pedidos aos portugueses "não são em vão" e que regressar aos mercados é única maneira de "conseguirmos livrar-nos" da 'troika'.
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O responsável integra a comitiva que participa esta segunda-feira no "Dia de Portugal" na Bolsa de Nova Iorque. Em declarações aos jornalistas, após ter tocado o sino que simboliza a abertura do mercado, Carlos Moedas não quis falar especificamente sobre o Orçamento do Estado, mas garantiu que os "sacrifícios pedidos não são em vão".
"Obviamente que todos temos consciência dos sacrifícios, os sacrifícios são feitos pelas nossas famílias, pela sua e também pela minha, e esses sacrifícios não são em vão", afirmou Carlos Moedas.
O governante disse que o facto de estar a participar no 'Dia de Portugal' na Bolsa de Nova Iorque demonstra a vontade em dar a conhecer a evolução da situação em Portugal e que é importante explicar aos investidores que o que está a ser feito está a "dar os seus frutos" para que o país ganhe "credibilidade" e consiga financiar-se no mercado a taxas de juro aceitáveis.
"Os mercados acreditarem em nós é a única maneira de conseguirmos livrar-nos da 'troika'", afirmou.
O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro realçou a necessidade de cumprir o programa de ajustamento para "conseguir financiamento da maneira normal", ou seja, através do acesso ao mercado e não dos credores internacionais a que Portugal atualmente recorre (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
"Portugal tinha um custo com juros de 4,5 mil milhões de euros em 2010 e hoje estamos acima dos sete mil milhões, isso é um grande peso para portugueses. O trabalho de hoje é conseguir que essa confiança volte", sublinhou.
Sobre o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter feito recentemente um 'mea culpa' ao minimizar o impacto da austeridade, Carlos Moedas disse que todos os programas económicos têm de ser ajustados e que esse é também o caso do português, mas realçou a que os credores internacionais acreditam que Portugal está no "bom caminho".
"Os nossos parceiros estão completamente alinhados naquilo que é o programa de Portugal", afirmou.
Além dos encontros com investidores, Carlos Moedas também se tem desdobrado em entrevistas com meios de comunicação social internacionais, como a CNN e a Reuters.