O presidente da República disse, esta segunda-feira, que os militares querem "partilhar os sacrifícios" que são pedidos aos portugueses e elogiou o "rigor extremo" com que as Forças Armadas utilizam os recursos que dispõem.
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Questionado sobre a carta aberta que Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) enviaram ao ministro da Defesa há cerca de um mês, o chefe de Estado não comentou diretamente a missiva, mas sublinhou que não devem restar dúvidas que as Forças Armadas querem partilhar os sacrifícios que são pedidos aos portugueses.
"Há uma coisa que não deve restar duvida, os nossos militares, as nossas Forças Armadas querem partilhar os sacrifícios que são pedidos aos portugueses e são de um rigor extremo na utilização dos recursos que lhes são atribuídos", disse, salientando não ter dúvidas de que "os portugueses podem continuar a confiar nas Forças Armadas".
Cavaco Silva notou ainda que, segundo as informações que tem recebido, "os militares continuam a desempenhar com grande brio e com grande profissionalismo todas as suas missões".
"Os chefes militares têm feito e estão a fazer tudo aquilo que é necessário e aquilo que é possível no quadro daquilo que está estipulado no Orçamento do Estado e das restrições que o país enfrenta, restrições financeiras, para resolver alguns problemas que se têm colocado no seio das nossas Forças Armadas", disse Cavaco Silva, que falava aos jornalistas ao lado do ministro da Defesa, no final de uma visita ao navio-escola Sagres e à fragata Côrte-real.
Segundo revelou no início de fevereiro o Diário de Notícias, a Associação dos Oficiais das Forças Armadas enviou uma carta aberta ao ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco onde é referido que aos oficiais "nada os obriga a serem submissos, acomodados, ignorantes e apolíticos".
Na carta, a AOFA escreve: "Procuramos fazer parte do grupo daqueles para quem o silêncio, a passividade e o conformismo não são modos de estar na vida".