O presidente da República reforçou, esta quinta-feira, a convicção de que em maio Portugal concluirá o programa de ajustamento "com sucesso", apontando 2014 como um ano "crucial" e que pode ser encarado com mais esperança.
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"Este é um ano crucial para Portugal. Como sabem, em meados de 2014 o Programa de Assistência Económica e Financeira chegará ao fim. Apesar de estarmos ainda a alguns meses deste objetivo, existem razões que nos permitem acreditar que concluiremos este programa com sucesso. Será pois um momento decisivo para o nosso país", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo do corpo diplomático acreditado em Portugal e que decorreu no Palácio de Queluz.
Na sua intervenção, Cavaco Silva fez ainda um breve balanço de 2013, salientando que, apesar de não ter sido "um ano fácil para Portugal", a economia registou alguns sinais positivos que permitem encarar 2014 com mais "esperança".
"O reforço do clima de confiança e a consolidação dos sinais de recuperação económica que têm vindo a manifestar-se serão uma prioridade nacional no ano que agora começou. O crescimento da economia é a chave para conter as restrições a que o país tem estado sujeito e assegurar uma trajetória sustentável das finanças públicas", disse, depois de aludir aos "pesados sacrifícios" que continuaram a ser exigidos aos portugueses.
Falando perante representantes de países de todo o mundo, o presidente da República dedicou parte do seu discurso à Europa, reiterando a necessidade de "compromissos ambiciosos" ao nível da União Bancária e defendendo um "Mecanismo Único de Resolução capaz de atuar com rapidez e eficiência".
Além disso, acrescentou, existem também dois problemas para os quais a União Europeia ainda não encontrou uma resposta eficaz: "a debilidade do crescimento económico e os números dramáticos do desemprego".
"2014 será necessariamente um ano em que não poderá abrandar o esforço conjunto no sentido de criarmos uma União Europeia mais coesa e solidária", sublinhou, considerando que o crescimento e o emprego deverão manter-se como as prioridades da ação europeia e fazendo votos para que as eleições para o Parlamento Europeu que vão realizar-se em maio permitam debater com clareza as questões importantes da agenda europeia.
Já no final da sua intervenção, o chefe de Estado deixou ainda uma palavra aos cerca de 5 milhões de portugueses e lusodescendentes que vivem e trabalham no estrangeiro, destacando a sua integração nas sociedades que os acolhem, bem como a sua vontade de preservarem a sua ligação a Portugal, valorizando a língua e a cultura portuguesas.