Cavaco Silva considera que portugueses sempre "souberam unir-se"nos momentos difíceis
O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou, este domingo, que Portugal enfrenta "uma hora decisiva" e atravessa "um momento" em que não se pode "vacilar", mas lembrou que os portugueses sempre "souberam unir-se" nos momentos difíceis.
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"Esta é uma hora decisiva. Portugal vive um momento em que não podemos vacilar na determinação de vencer e de alcançar um futuro melhor", alertou Cavaco Silva.
Aludindo à história de Elvas, que foi um bastião da defesa de Portugal contra os espanhóis, o chefe de Estado lembrou que os momentos de dificuldade, como o atual que o país atravessa, já marcam a história do país.
"Nesta hora que Portugal atravessa, Elvas convoca-nos a olharmos para a nossa História e a reconhecermos que os momentos difíceis não são inéditos", mas, "nas horas decisivas, os portugueses souberam unir-se para defender os grandes desígnios nacionais", realçou.
Cavaco Silva discursava em Elvas, no cineteatro local, no primeiro de dois dias de comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala na segunda-feira.
Na sua intervenção, que foi antecedida pelo discurso do presidente da Câmara Municipal de Elvas, Rondão de Almeida, o Presidente das República aludiu às dificuldades que o país enfrenta, nomeadamente ao desemprego.
"É importante estarmos muitos conscientes das dificuldades, do drama que o desemprego representa nas vidas de milhares dos nossos cidadãos e dos momentos árduos atravessados por muitas famílias", disse.
Mas o Chefe de Estado voltou a referir-se a Elvas para demonstrar que a união dos portugueses é necessária para ultrapassar estes períodos.
"Não esqueçamos que aquilo que Portugal sempre teve, muito bem representado por esta nobre e leal cidade de Elvas, foi uma capacidade para, mesmo nos momentos cruciais, enfrentar e vencer as adversidades", lembrou.
Cavaco Silva elogiou "as gentes de Elvas", as quais, ao longo de séculos, disse, "habituaram-se a olhar atentamente os horizontes em busca de perigo".
"Souberam resistir corajosamente a todas as dificuldades, coragem que traz hoje ecos da capacidade que os portugueses têm demonstrado nos últimos anos", sublinhou.
No discurso, o chefe de Estado não esqueceu também o Poder Local, considerando que, nestes tempos de crise, o mesmo tem um papel essencial no desenvolvimento do país.
"Aos municípios cumpre hoje e cada vez mais olhar pelo desenvolvimento económico dos concelhos e, desta forma, pelo bem-estar e progresso das populações", frisou.
As comemorações do 10 de Junho decorrem este ano em Elvas, cidade alentejana situada mesmo junto à fronteira com Espanha e classificada, no ano passado, Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Este primeiro dia arrancou com a tradicional cerimónia do içar da bandeira e o Presidente da República, além da cerimónia realizada no cineteatro, assistiu a uma recriação histórica da leitura do Foral de Elvas, por um grupo de teatro medieval.
O programa prossegue ao longo do dia, com várias visitas, e termina, por hoje, com um jantar oferecido pelo Presidente da República, sendo retomado na segunda-feira de manhã, para as cerimónias oficiais do 10 de Junho.