O presidente português, Aníbal Cavaco Silva, foi recebido, esta segunda-feira, com sol em Xangai, numa atmosfera muito diferente da chuva que caiu na véspera sobre a "capital económica" da China.
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A Imprensa local noticia a visita, apesar de destacar também outros assuntos, como a assinatura de um acordo pelo governo chinês para a construção de uma linha de caminho de ferro em África.
"A China assina um acordo de 3,8 mil milhões de dólares para caminho de ferro africano", diz a manchete do "Shanghai Daily", o jornal oficial de língua inglesa da cidade.
O acordo foi assinado no Quénia com a presença do primeiro -ministro chinês, Li Keqiang, um dos membros da nova liderança chinesa que Cavaco Silva irá encontrar durante a viagem à China.
O primeiro tiro disparado por um agente da polícia de segurança pública de Xangai, domingo de manhã, é também notícia de primeira página. Desde o mês passado, pela primeira vez em 60 anos, cerca de mil agentes da polícia de Xangai passaram a andar armados nas ruas. O histórico tiro foi disparado contra um condutor que tentou furar uma barreira que bloqueava o transito numa rua da cidade, disse o "Shanghai Daily".
Cavaco Silva iniciou, esta segunda-feira, em Xangai, uma visita de uma semana à China destinada a reforçar as relações bilaterais e promover Portugal como "um parceiro construtivo" da nova potência emergente na Ásia Oriental.
"A China pode estar segura de que Portugal agirá dentro da União Europeia de forma amiga face à China", disse Cavaco Silva numa entrevista à agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
O presidente português e a comitiva chegaram a Xangai cerca das 15.30 horas (08.30 horas em Portugal continental).
Três ministros (Negócios Estrangeiros, Economia e Educação e Ciência) e responsáveis de nove universidades e de duas fundações integram a comitiva.
Uma centena de empresários - da banca, industria farmacêutica, tecnologias de informação e agroalimentar - acompanham também Cavaco Silva.
Na terça-feira de manhã, início do programa oficial da visita, Cavaco Silva vai encontrar-se com empresários chineses, entre os quais Guo Guangchang, presidente do consórcio privado Fosun que, em janeiro, ganhou o concurso para a privatização da Caixa Seguros.
Depois de Xangai - sede de um município pouco maior do que o Algarve e com cerca de 24 milhões de habitantes - o presidente português visitará Pequim e Macau.
É a primeira visita de um chefe de Estado português à China desde 2005 e coincide com o 35.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.