O Presidente da República afirmou, esta quarta-feira, que "não poderia expressar de forma mais clara" a sua "grande preocupação pela situação do país" ao colocar "o acento tónico" no que atualmente "pode criar mais emprego": exportações, turismo e investimento estrangeiro.
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Questionado pelos jornalistas sobre as acusações da esquerda parlamentar de que no seu discurso na sessão solene de comemoração do 25 de Abril esqueceu a crise que afeta o país, Cavaco Silva considerou que isso ou "é um mal-entendido ou um não saber aquilo que pode contribuir para a criação de emprego em Portugal".
"A prova de que não me esqueci é que coloquei todo o acento tónico naquilo que nas presentes circunstâncias pode criar mais emprego, que é promovendo as exportações de bens e serviços, promovendo o turismo e atraindo investimento estrangeiro. Só por esta forma, nas presentes circunstâncias, nós criaremos mais emprego", advogou.
O chefe de Estado, que falava no final das comemorações do 38.º aniversário do 25 de Abril, considerou que "esse é o verdadeiro drama que existe na sociedade portuguesa".
"Eu não poderia expressar de forma mais clara a minha grande preocupação pela situação do país se não apontando aquele que é o caminho que todos reconhecem neste momento para conseguirmos reduzir o flagelo que atinge tantos cidadãos e tantos jovens", disse.
Nas declarações aos jornalistas, no Pátio dos Bichos, no Palácio de Belém, Aníbal Cavaco Silva deixou ainda um apelo à comunicação social: "Há uma coisa que é clara em todos os estudos, o sucesso de um país depende também e muito da imagem desse país no estrangeiro, eu espero que também a comunicação social ajude a melhorar a imagem de Portugal no estrangeiro".
O Presidente da República salientou que o discurso que proferiu foi ouvido pelos "embaixadores de outros países estavam na Assembleia da República", que tinham a ajudá-los "a tradução simultânea".
"Portanto, eles souberam muito bem aquilo que eu disse, ao mesmo tempo estava a ser transmitido para o exterior, para as comunidades portuguesas. Se nós nos mobilizarmos hoje para melhorar a imagem de Portugal no estrangeiro teremos mais produção, mais criação de riqueza e mais oportunidades de emprego", concluiu.