Aqueles que faltaram à comemoração oficial do 38.º aniversário da revolução "não são donos do 25 de Abril, nem os donos da democracia", disse esta quarta-feira de manhã Luís Filipe Menezes, para quem a ausência dos capitães de Abril e de políticos como Mário Soares "é uma atitude feia e injustificada".
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"Tenho o máximo de respeito e carinho por aqueles que representam os militares de Abril, como tenho por personalidades políticas que são incontornáveis e quem o povo português deve muita gratidão, como o doutor Mário Soares. Agora, parece-me uma atitude infeliz e injustificada", afirmou o presidente da Câmara de Gaia, durante uma cerimónia de entrega de habitações municipais a 12 famílias.
Menezes declarou ainda ter havido, no passado, motivos suficientes para que essas mesmas personalidades faltassem à cerimónia do 25 de Abril e associou a posição manifestada hoje a uma "soberba intelectual de uma certa esquerda", evocando o discurso desta manhã do deputado do CDS-PP Hélder Amaral, na Assembleia da República.
"Há uma soberba intelectual de uma certa esquerda, que aliás estava adormecida aquando dos desmandos dos últimos cinco, seis e dez anos, em que tanta asneira se fez neste país, com políticas que em larga medida conduziram à vinda da troika. A famosa troika veio para Portugal chamada por um governo de esquerda, socialista, não foi o governo do doutor Passos Coelho que chamou a troika para Portugal nem subscreveu o memorando da troika", assinalou Luís Filipe Menezes.
Para o autarca, a decisão de faltar à cerimónia oficial "é uma aitutde q não tem nada a ver com a vivência democrática e o o povo na altura própria julgará". "É uma atitude que, numa altura em que vivemos, claramente em democracia, não é elogiável me parece justificada e não é uma forma de honrar os valores da democracia e da liberdade", sublinhou.