O CDS-PP desafiou esta quarta-feira o FMI a "passar das palavras aos atos", não tendo tido resposta por parte da troika sobre a flexibilização da meta do défice e sublinhando que "as negociações estão a ser muito difíceis".
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"Saí com a sensação de que serão seguramente negociações muito, muito difíceis", afirmou a deputada centrista Cecília Meireles, à saída da reunião dos representantes da troika (Banco Central Europeu, União Europeia e Fundo Monetário Internacional) com a comissão parlamentar de acompanhamento do programa de ajustamento.
Questionada sobre a resposta que as propostas do CDS-PP, nomeadamente a flexibilização das metas do défice, tiveram por parte dos representantes da missão externa, a deputada disse: "Para muitas questões nesta reunião não houve resposta, eu creio que as negociações estarão a ser difíceis ".
Cecília Meireles desafiou o FMI a "passar das palavras aos atos", dado que, afirmou, a instituição defendeu num documento que a "velocidade" com que é feito o ajustamento não é "indiferente" ao êxito do ajustamento.
"Percebi que a "troika' valoriza o crescimento da economia, temos sinais até, o "paper"' que foi conhecido, do FMI, e que fala da importância da velocidade e do ritmo [do ajustamento], uma coisa que o CDS falou muito na sétima avaliação", disse.
"Creio que o importante agora é passarmos das palavras aos atos", repetiu.
Cecília Meireles disse que nestas reuniões "é difícil tirar conclusões acerca daquilo que vai ser o resultado final das negociações, que são sempre processos complexos, morosos e difíceis".
A deputada enunciou os objetivos do CDS-PP para a oitava e nova avaliação, começando pela atribuição de nota positiva, passando pela preservação e proteção de "sinais positivos que a economia tem dado", que são ainda "muito ténues, muito frágeis".
"É fulcral que eles [os sinais] possam ser protegidos, aproveitados, até impulsionados", frisou.
Outro objetivo é o estabelecimento de metas "realistas, possíveis, credíveis" para o défice e, finalmente, a "distinção muito clara" entre um segundo resgate e um programa cautelar, defendendo que Portugal tenha o último.