Presidente da Comissão de Acompanhamento do caso dos doentes cegos no Hospital Santa Maria reconhece que será "muito difícil" provar que existiu dolo eventual neste caso, apesar da acusação do Ministério Público.
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O Ministério Público (MP) acusou um farmacêutico e uma técnica de farmácia e diagnóstico de seis crimes de ofensa à integridade física grave no caso da cegueira de seis doentes.
Em declarações à Agência Lusa, o juiz Eurico Reis ressalvou que as conclusões do MP não afectam as conclusões da comissão a que preside e que deverão ser conhecidas em Março.
Esta comissão, adiantou, está a avaliar os eventuais danos e respectivo ressarcimento dos seis doentes que, em Julho, ficaram cegos na sequência de uma intervenção oftalmológica.
Sobre a acusação do MP, Eurico Reis explicou que, "tendo em conta a situação dos doentes, é óbvio que o crime é esse: dolo eventual".
"Considerando os tipos de crimes que estão no catálogo do código penal, nunca houve dúvidas", disse.
Eurico Reis considera, contudo, que "agora é preciso saber se existem provas para condenar as pessoas pelas acusações".
"Não é fácil encontrar provas que sustentem esta acusação", frisou.