Deputada do PS Gabriela Canavilhas quer saber fundamento da medida de coação a Sócrates
A deputada do PS e ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas admitiu, esta terça-feira, algum incómodo por não ser conhecido o fundamento da aplicação da medida máxima de coação a José Sócrates, que ficou em prisão preventiva segunda-feira.
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"Seria interessante saber qual é a fundamentação da medida de coação, é isto que nos incomoda, gostávamos de compreender a razão desta medida máxima", disse Gabriela Canavilhas, após questionada pelos jornalistas, no parlamento.
A ex-ministra da Cultura do segundo Governo de José Sócrates, sublinhou que a "própria lei outorga este esclarecimento".
A deputada acrescentou que, do ponto de vista pessoal, "mantém-se incólume" a amizade pessoal e o respeito pelo ex-primeiro-ministro.
"Eu aprendi a conhecer um homem lutador, que pensava no país em primeiro lugar e é essa esperança que eu mantenho relativamente ao desfecho deste processo", declarou.
O ex-primeiro-ministro José Sócrates tornou-se o primeiro ex-líder de Governo da história da democracia portuguesa a ficar em prisão preventiva, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção.
Depois de ter sido detido na sexta-feira à noite, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris, José Sócrates começou a ser interrogado no domingo.
O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) decretou segunda-feira à noite a prisão preventiva do ex-primeiro ministro José Sócrates, do seu motorista, João Perna, e do empresário Carlos Santos Silva por suspeitas de crime económicos.
Ao advogado Gonçalo Trindade Ferreira, o quarto detido nesta investigação, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos, de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar duas vezes por semana ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
José Sócrates, detido na sexta-feira, está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção e o motorista João Perna por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e detenção de arma proibida.
O empresário Carlos Santos Silva, ex-administrador do Grupo Lena, está indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, enquanto o advogado Gonçalo Ferreira é suspeito de ter cometido os crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.