O presidente da Comissão Europeia considerou hoje, sexta-feira, que a actual crise "não é o pior momento" da Europa mas "o mais exigente", exigindo um maior esforço das lideranças, para tomar "decisões difíceis" e "explicá-las aos cidadãos".
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Durão Barroso, que falava aos jornalistas à saída do colóquio Integração Europeia e Democracia, em Lisboa, salientou também a importância de líderes políticos e cidadãos da União Europeia e de cada um dos 27 países membros assumirem a Europa como deles.
"Penso que não se pode dizer que seja o pior momento. É o momento mais exigente, precisamente porque estamos mais avançados. Hoje somos 27, temos para 16 deles uma união económica e monetária, alguns problemas são inéditos (...), mas não se pode dizer que seja pior ou melhor, é uma situação de tipo diferente que exige respostas com grande determinação e vontade política", disse.
O presidente da Comissão Europeia manifestou-se convicto de que a actual crise vai ser ultrapassada, dando como exemplo as decisões que os países membros estão agora a tomar, pressionados pela crise, decisões que considerariam impensáveis há alguns meses ou anos.
"Os ministros das Finanças ainda esta semana aprovaram medidas que mostram a vontade, a nível europeu, de se reforçar a governação económica, medidas que aqui há alguns meses atrás não teria sido possível que aprovassem, precisamente porque a crise mostrou a necessidade de uma maior coordenação e maior intervenção no campo financeiro", disse.
Durão Barroso referiu-se também à necessidade de aumentar a confiança dos cidadãos na UE, "tomando as medidas que se acha adequadas e explicando essas medidas".
"Mas - prosseguiu - a Europa não é só Bruxelas ou Estrasburgo, a Europa somos todos nós. Falar de Europa como se a Europa fosse algo de externo é completamente errado. Portugal e os outros 26 países são Europa e por isso as decisões políticas têm de ser partilhadas e explicadas pelos líderes políticos", disse.