Todos os administradores do Taguspark, com excepção de um vogal, cessam as suas funções quinta-feira, segundo decisão dos accionistas da empresa que gere o parque tecnológico de Oeiras.
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O Conselho de Administração do Taguspark, que tinha mandato até 2011, cessa na quinta-feira as suas funções, depois de todos os accionistas daquela empresa terem aprovado por unanimidade um acordo que visava a dissolução daquele órgão, explicou o presidente da assembleia-geral, Isaltino Morais, que é também presidente da Câmara de Oeiras, accionista de referência da empresa.
A dissolução da administração foi decidida pelos accionistas, afastando assim os três administradores - Américo Thomati, João Carlos Silva e Rui Pedro Soares - que foram constituídos arguidos pelo Ministério Público por suspeita de corrupção passiva para acto ilícito.
A saída do presidente do Conselho de Administração, Américo Thomati, e do vogal João Carlos Silva era o objectivo dos accionistas, que acabaram por aceitar também os pedidos de demissão do também arguido Rui Pedro Soares e dos restantes administradores não executivos.
Apenas um dos vogais da administração, Vítor Castro, não aceitou o acordo, por "estar de baixa [médica] e não querer entrar nesta negociação", disse Isaltino Morais.
O também presidente da Câmara de Oeiras justificou a decisão com o "mediatismo negativo" que "não é vantajoso para o Taguspark", uma instituição visada pelas autoridades judiciais.
A investigação do caso resultou de escutas telefónicas do processo Face Oculta, estando em causa contrapartidas que a PT e a Taguspark terão dado a Luís Figo para que o jogador apoiasse a campanha de José Sócrates a primeiro-ministro, nas legislativas de 2009.
"Na sequência de toda esta polémica", a administração "entendeu, por bem, apresentar proposta de cessação", explicou Isaltino Morais aos jornalistas, no final da assembleia geral.
Recusando comentar "questões que são da justiça", o accionista de referência do Taguspark explicou que a cessação de funções da administração não foi determinado pelo "envolvimento judicial" dos seus elementos, mas sim pela "avaliação feita" pelos accionistas, num momento em que existia "disponibilidade de propor um acordo" para afastar os administradores.
No âmbito do acordo, a administração não vai receber indemnizações, arrecadando apenas os vencimentos referentes a Maio e Junho.
Foi também convocada uma nova assembleia-geral para 08 de Junho, ocasião em que será eleito o novo Conselho de Administração do Taguspark.