<p>"Só espero que seja feita justiça e que a escola e aqueles que agrediam o meu filho sejam responsabilizados". Palavras de Amália Pires, mãe do Leandro, depois de, ontem, ter sido ouvida pelo inspector titular do inquérito que a Inspecção-Geral de Educação instaurou para apurar as circunstâncias que levaram ao desaparecimento, no dia 2 de Março, nas águas do rio Tua, da criança de 12 anos, depois de ter saído da escola Luciano Cordeiro, à hora de almoço. </p>
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"Confio nas pessoas que estão a fazer os inquéritos", afirmava Amália, à porta da sua habitação, em Cedaínhos (Mirandela), onde o inspector também foi ouvir, durante duas horas e quarenta e cinco minutos, o irmão gémeo do Leandro (Márcio) e o primo (Ricardo) que também estavam presentes no local da tragédia.
Eram duas e meia da tarde quando o inspector chegou ao local, carregando um computador portátil e uma impressora, para cumprir mais uma etapa do processo de inquérito que se iniciou a 9 de Março, depois da Direcção Regional de Educação do Norte ter considerado inconclusivo o relatório interno da escola. Quinze minutos depois das cinco, o inspector deu por concluídas as audições aos três familiares do Leandro e, à saída, escusou-se a prestar declarações, alegando estar a conduzir um processo "que está em sigilo", afirmou.
Depois de alguma insistência, avançou com uma curta afirmação: "ainda vou ouvir mais pessoas", deixando claro que o inquérito ainda não está concluído.
Relatório entregue
Entretanto, o relatório do inquérito judicial conduzido pela PSP local, já foi entregue ao Ministério Público, na passada quarta-feira, e tal como o JN avançou, aponta para acidente.
A PSP acredita que Leandro não terá reflectido sobre as consequências do seu acto e entrou nas águas do rio Tua com a intenção de sair, mas a elevada corrente que se fazia sentir acabou por ser fatal. Como resultado das diligências junto das testemunhas, também parece ficar afastada a ideia de que o Leandro fosse vítima de bullying, apesar de confirmar vários episódios de agressão.
O JN apurou que o Procurador do Ministério Público não vai elaborar qualquer despacho até ao final da próxima semana, tendo em conta que ainda pretende ouvir os pais do Leandro, na próxima quinta-feira.