O ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, admitiu esta quarta-feira, que em defesa do interesse nacional, o Governo, apesar de se encontrar em gestão, poderá ter de agir em matéria de financiamento externo.
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Jorge Lacão falava no período de intervenções políticas no último plenário da Assembleia da República da presente legislatura.
"Mesmo em funções de gestão, o Governo continua firmemente empenhado em evitar o pior para a vida dos portugueses e tudo faz para minorar os efeitos da aventura em que as oposições colocaram o país. Se tiver que agir em matéria de financiamento externo, o Governo agirá patrioticamente como sempre em defesa do interesse nacional", declarou Jorge Lacão.
A intervenção do ministro dos Assuntos Parlamentares foi marcada por sistemáticas críticas a todas as forças políticas da oposição, sobretudo ao PSD, pela abertura de uma crise política em Portugal.
"Dificilmente poderíamos imaginar um quadro mais grave para o país, mas houve quem reiteradamente tenha chamado a atenção para essa gravidade e houve quem não quisesse ouvir", declarou Jorge Lacão.
Segundo o ministro dos Assuntos Parlamentares, o PSD "pensou passar uma rasteira ao Governo, mas acabou por passar uma rasteira ao país", numa alusão às descidas de rating, à subida das taxas de juro da dívida portuguesa e às crescentes dificuldades de financiamento externo.
Num balanço sobre os mais relevantes episódios parlamentares desta legislatura, Jorge Lacão defendeu a tese de que o Executivo "teve toda a paciência do mundo para dialogar e negociar" e acusou a oposição de não ter tido semelhante disponibilidade.
Em relação ao PSD, este membro do Governo referiu que recusou negociações preliminares do Orçamento do Estado para 2011 e que sustentou que "tomou conhecimento antecipado e adequado do Programa de Estabilidade e Crescimento!" (PEC), cujo chumbo no Parlamento precipitou depois a abertura de uma crise política.
"Da parte do PSD temos assistido a uma romaria de pré-eleitoral com propostas que variam entre o aumento de impostos, o despedimento do funcionários públicos ou a privatização da Caixa Geral de Depósitos. É confrangedora a imaturidade e impreparação deste partido para assumir responsabilidades governativas", considerou.