O ministro Miguel Relvas afirmou, esta quinta-feira, que o Governo está a seguir as políticas necessárias para recuperar o país tendo sempre "uma grande preocupação com os setores mais desfavorecidos", num comentário às declarações do Presidente da República sobre a austeridade.
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"O Governo está a fazer um caminho de recuperação do país, foi isso que foi ao longo últimos oito meses e será assim ao longo do mandato, criando condições para que a economia portuguesa possa crescer. O Governo tudo tem feito para limitar a austeridade", disse o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em declarações aos jornalistas em Lisboa, durante uma visita ao Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB).
Cavaco Silva, numa entrevista emitida hoje pela estação de rádio TSF, afirma que há um "conjunto de pessoas" a quem se chama agora "os novos pobres" e a quem "é impossível impor mais austeridade", referindo que essas pessoas "são aquelas que são mais atingidas por medidas, não tendo, às vezes, em conta a especificidade de cada grupo".
"É preciso olhar às pessoas", diz Cavaco Silva.
Questionado sobre se as declarações de Cavaco Silva são um incómodo para o Governo, Miguel Relvas respondeu: "Não. O Governo tem sido muito claro nessa matéria, o Governo tem tido uma grande preocupação com os setores mais desfavorecidos da sociedade portuguesa. Sabemos a situação em que o país se encontra".
"De facto, a situação do país é uma situação delicada, o Governo tem seguido uma politica que permita que Portugal possa recuperar da situação em que se encontrava há oito meses, essa foi a estratégia, mas as políticas vão nesse sentido, e os resultados começam-nos a dar razão, com uma preocupação sempre muito grande sobre os setores mais desfavorecidos, mais frágeis da nossa sociedade", insistiu.
Relvas considerou que "essa preocupação tem de ser uma preocupação permanente por parte do Governo mas também das instituições de solidariedade social, da sociedade em geral", acrescentando ser "muito importante aqui reconhecer o papel da Igreja Católica na área social e também do voluntariado".
Perante a insistências dos jornalistas sobre se as palavras de Cavaco Silva são uma crítica ao Governo, Relvas respondeu que "o próprio Governo tem tido essa preocupação e esse discurso".
"Estamos a seguir as políticas que temos de seguir para que Portugal possa recuperar da situação que este Governo encontrou em junho quando tomou posse e que era extraordinariamente preocupantes. Em fins de abril, o Governo anterior foi obrigado a pedir ajuda externa, Portugal estava na bancarrota. Este Governo em junho, quando tomou posse, iniciou a recuperação que já este ano foi visível no défice que Portugal atingiu, nos cortes das gorduras e da despesa inútil que existia no Estado central, estamos a dar esse exemplo e portanto Portugal está hoje com uma linha de rumo e um objetivo claro para podermos recuperar", conclui.