O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou, em Tróia, que o investimento estrangeiro em Portugal não se pode limitar à mobilização de capital para comprar empresas em privatização, nem à troca de vistos gold pela compra de imobiliário.
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"O investimento direto estrangeiro não é só trocar vistos gold pela compra de imobiliário, o que está a penalizar os ativos da banca. O investimento direto estrangeiro não é só a mobilização de capital para vir comprar as empresas que estão em privatização, sem criar novos empregos, e, pelo contrário, pondo em causa os empregos que já existem", disse António Costa.
"Atrair investimento direto estrangeiro é atrair novas empresas, que criem novos postos de trabalho, e sobretudo novos postos de trabalho qualificados, porque nós não temos licenciados a mais, o que nós temos é postos de trabalho de qualidade a menos para os licenciados que temos produzido", defendeu.
Para António Costa, que falava no XIX Congresso da JS, em Tróia, concelho de Grândola, no distrito de Setúbal, o país precisa de uma nova política ativa de emprego, centrada no desemprego jovem.
"A política ativa de emprego não pode ser simplesmente andar a multiplicar estágios, a multiplicar experiências, a multiplicar aquilo que - como diz Pedro Abrunhosa - é a geração currículo", disse
"Os currículos são fundamentais, mas só são úteis, só rendem ao país, se se transformarem em emprego, em postos de trabalho de qualidade que contribuam para gerar riqueza para o país", disse, defendendo que é necessário apoiar empresas dos setores mais expostos à competição e as empresas de bens transacionáveis, ajudando-as a melhorar a produtividade e a integrarem jovens qualificados nos seus quadros.