Jerónimo de Sousa diz que processo do referendo na Irlanda foi "anti-democrático"
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou hoje de "anti-democrático" o processo que levou à aprovação do Tratado de Lisboa na Irlanda, considerando que o documento é mau para os povos e para uma "Europa de paz".
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"Para perceber este 'sim' é preciso compreender um processo de pressão e de chantagem sobre um país e um povo que está com grandes dificuldades económicas", disse aos jornalistas, à margem de um jantar-convívio com cerca de 250 apoiantes, na Quinta do Conde, Sesimbra.
Jerónimo de Sousa criticou "quem se vanglorie com este resultado, negando o outro, como se fosse possível esta ideia que as eleições só servem quando os resultados servem os nossos interesses".
"É anti-democrático que a vontade de um povo que se pronunciou pelo 'não' seja mau e agora, só porque disse 'sim', é bom", sublinhou.
Jerónimo de Sousa destacou ainda o conteúdo do Tratado de Lisboa, considerando que o documento "nunca deveria valer como lei da União Europeia".
"O seu carácter neoliberal, militarista e federalista não é bom para os povos, não é bom para uma Europa de paz, de cooperação, de respeito mútuo entre nações iguais e livres", sustentou.
A comissão eleitoral irlandesa anunciou hoje que 67,13 por cento dos irlandeses votaram sexta-feira a favor do Tratado de Lisboa, enquanto o "não" obteve 32,9 por cento.