O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu, este sábado, que as eleições legislativas regionais de outubro, se transformem num cartão vermelho ao PSD e ao CDS, que governam na República.
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Falando num jantar-convívio na freguesia de Pedro Miguel, ilha do Faial, no âmbito de uma visita que está a efetuar aos Açores, o dirigente comunista apelou aos açorianos, para que não votem nos partidos de direita.
"Não pode o PSD ter uma cara lá no Continente e ter outra aqui na região autónoma", advertiu Jerónimo de Sousa, lembrando que também o CDS votou a favor de medidas restritivas e agora surge a prometer coisas que "não as pode concretizar".
O líder nacional do PCP lembrou que as eleições legislativas previstas para outubro vão transformar-se numa "batalha difícil" onde o "nevoeiro" e as "nuvens" lançadas pelos partidos, vão tentar "esconder a realidade".
"O resultado das eleições nos Açores é importante para que não se repita a dose que os fez chegar até aqui", insistiu Jerónimo de Sousa, acrescentando que o povo não deve premiar "aqueles estão a transformar a vida dos açorianos num inferno".
O dirigente comunista recordou que, além dos corte nos salários e nos subsídios de férias e de Natal dos trabalhadores da administração pública, os açorianos já conhecem os anúncios do encerramento de serviços públicos e de privatizações de empresas, como é o caso da ANA (Aeroportos e Navegação Aérea).
"O que é que aconteceria, se por exemplo, um capitalista comprasse essa empresa e verificasse que o aeroporto de Ponta Delgada ainda dá algum lucro, mas que os restantes aeroportos dos Açores não dão lucro?", questionou Jerónimo de Sousa, para logo a seguir concluir, que o "capital" não quereria essas infraestruturas.
No seu entender, o "princípio constitucional" determina que deve haver "unidade, coesão e solidariedade nacional" e não que se esteja a "atirar" as responsabilidades de gestão de infraestruturas financeiramente deficitárias, para as mãos do Governo Regional.
"Isso terá uma consequência desastrosa para a população dos Açores", advertiu.
O secretário geral do PCP lembrou ainda que, passado um ano da aprovação do memorando da Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), o país tem "mais desemprego, mais injustiças, mais endividamento, mais recessão económica e mais pobreza".
Na opinião de Jerónimo de Sousa, Portugal não só "está pior do que há um ano atrás", como se prevê que fique "pior" no próximo ano, se não for interrompida esta "política de destruição".