O líder do BE, Francisco Louçã, aplaudiu, este domingo, as declarações do fundador do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut, considerando que o PSD e o CDS têm levado ao "fanatismo absoluto" as regras da troika neste setor.
Corpo do artigo
"O PSD e o CDS levam isto ao fanatismo absoluto de aumentar as taxas moderadoras, agravar os custos, agravar as dificuldades de acesso às pessoas", lamentou Francisco Louçã em Oliveira do Hospital, no final de uma visita à feira do queijo.
No sábado, em Coimbra, António Arnaut afirmou que "o governo submeteu o Serviço Nacional de Saúde (SNS) à tortura do 'leito de Procusta', sujeitando-o à desumanidade da sua visão neoliberal e mercantil".
Na opinião do líder bloquista, "para a defesa da saúde pública é preciso recuperar princípios de solidariedade, de seriedade para com quem sofre", fazendo um país melhor.
"É termos a grandeza do esforço para quem precisa. É essa é a diferença que a democracia tem que trazer e é por isso que eu aplaudo estas palavras de António Arnaut, que foram tão sensatas e devem ser ouvidas no país inteiro", frisou.
António Arnaut considerou que o setor privado tem "um importante papel complementar na prestação de cuidados de saúde, mas não deve parasitar ou viver à custa do setor público, através de convenções espúrias e de outras manigâncias conhecidas", com que "o Estado paga a conhecidos grupos económico-financeiros o 'mensalão', que alimenta a sua gula devoradora".
Francisco Louçã sublinhou que "pai" do SNS "tem toda a razão" ao fazer estas críticas, porque as parcerias público privadas "foram um roubo aos portugueses", não só na saúde, mas também na rodovia.
"Na saúde foram um roubo aos portugueses porque agora estamos todos a pagar, com aumento de impostos, com aumento das taxas moderadoras. Ou seja, quanto mais as pessoas precisam da saúde porque estão doentes, mais têm de pagar", criticou.
Na sua opinião, "isso é exatamente o contrário dos princípios solidários que o SNS instituiu" na democracia portuguesa, criada em Portugal para proteger as pessoas quando estão em dificuldades.
"Essa é a grande viragem: acabar com o roubo que destrói a economia para proteger as pessoas que precisam, na saúde, nos impostos, na economia, no controlo dos negócios da eletricidade e no controlo das parcerias público privadas", acrescentou.
O fundador do BE considerou que "se a eletricidade for vendida às empresas do Estado chinês" e "se no SNS, quem precisa de uma operação tem de pagar, então a democracia está diminuída".
Reiterou que tem que se acabar "com as imposições da 'troika', que querem destruir a saúde" e transformá-la "num privilégio dos mais afortunados".
Segundo Francisco Louçã, "quando a Brisa pede mil milhões de euros pela diminuição dos passageiros na A17 isso é um roubo" e "quando a EDP impõe quatro mil milhões de euros de rendas excessivas" também.
Igualmente "quando os doentes do SNS, depois de já terem pago os seus impostos, têm que pagar por estarem doentes, isso é um roubo", frisou.
Neste âmbito, defendeu que "Portugal precisa de ser um país que tem a seriedade de devolver às pessoas em democracia e em respeito" o que é preciso para haver mais condições de igualdade.
"Portugal precisa dessa grandeza, dessas soluções e desse esforço. E precisamos de sair desta corrida para o abismo em que o Governo de Passos Coelho, rompendo as promessas eleitorais, tem vindo a arrastar o país", acrescentou.