Francisco Louçã afirmou no sábado à noite que o Governo está a seguir uma política "cruel" e de "destruição" acusando Passos Coelho de "não querer fazer uma política de justiça fiscal" e considerando ser necessário um "novo 25 de Abril na economia".
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O coordenador nacional do Bloco de Esquerda (BE), que discursava num comício em Pevidém, Guimarães, perante cerca de 50 apoiantes, apontou a política fiscal do Governo de coligação e os cortes na saúde e na educação anunciados como exemplos do que "a casa gasta".
"Ainda não passaram 100 dias desde que este Governo tomou posse e já sabemos o que a casa gasta. Este Governo só tem uma ideia: que a economia precisa de desemprego e que quanto maior a crise maior a vontade de despedir", afirmou Louçã.
O líder bloquista apontou três razões para o "combate" do BE: "o que o Governo já fez, o que o Governo quer fazer e o que o Governo não quer fazer".
Quanto ao que o Governo "fez", Louçã referiu principalmente o corte no subsídio de Natal e a política de Saúde do Governo como exemplos.
"É muito imaginativa esta gente do Governo. Lembram-se de tudo o que é pior para o trabalhador: cortes no subsídio de Natal, aumento de transportes e da saúde", disse.
Sobre as medidas anunciadas na Saúde, o líder do Bloco acusou o Governo de Passos Coelho de "querer tirar ao Serviço Nacional de Saúde a obrigação, a capacidade, o respeito pelo doente quando mais precisa, como são os casos de transplantes em nome de poupar e diminuir custos".
Para Louça "o que o Governo esta a fazer é uma politica cruel e de destruição do que é essencial".
Sobre a segunda razão, "o que o Governo quer fazer", o líder bloquista afirmou que o Governo quer "continuar com uma política que está a amarrar uma pedra nos pés das pessoas e a lançá-las ao mar".
Como exemplo referiu a "recusa" do Primeiro-ministro em tributar as "grandes fortunas".
"O Governo já demonstrou que a sua única prioridade é proteger fortunas, vantagens, facilitar aos seus um controlo sobre a economia portuguesa", considerando ainda que o que o Executivo "está a fazer é um assalto fiscal".
Para justificar a terceira razão de "combate", Louçã explicou que "o que falta fazer e o Governo não quer fazer é uma política de justiça fiscal para que todos possamos ter a capacidade de usar a economia para aquilo que ela não está a fazer, criar emprego".
Segundo Francisco Louçã o que Portugal precisa é de "um novo 25 de Abril".
"Precisamos é de um país que fala por si, que mostra a democracia nas ruas. De um novo 25 de Abril, na economia, onde ele ainda faltou, para proteger o que é de todos".
Este "novo 25 de Abril", classificou o líder do BE, "é a força imensa de um país que sabe o que quer".