O líder do BE defendeu, este sábado, que "a única medida" a tomar na cimeira europeia é retirar as emissões de dívida soberana "da garra do sistema financeiro e especulativo" e fazer "financiamento bancário" à semelhança dos Estados Unidos.
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O líder do BE defendeu, este sábado, que "a única medida" a tomar na cimeira europeia é retirar as emissões de dívida soberana "da garra do sistema financeiro e especulativo" e fazer "financiamento bancário" à semelhança dos Estados Unidos.
"Há uma única medida que se impõe na cimeira do próximo dia 9 de Dezembro e se ela não for tomada o euro está em risco de colapsar, essa medida é retirar por completo as emissões de títulos de dívida soberana dos estados europeus da garra do sistema financeiro e especulativo mundial e fazer um financiamento bancário", afirmou Francisco Louçã aos jornalistas.
O coordenador bloquista falava sobre as conclusões da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE), explicando que esse financiamento bancário seria, à semelhança do que "acontece nos Estados Unidos e como acontece em Inglaterra, para proteger as economias e para voltar a colocar a economia no sentido das duas prioridades, uma economia contra a especulação e a favor do emprego".
"Se isso não ocorrer, os portugueses pressentem e não aceitam uma desagregação do euro que se traduz por um crescimento exponencial das políticas de austeridade, das políticas de agressividade entre economias e da destruição da economia europeia", afirmou.
"Merkel e Sarkozy são o problema"
Para Francisco Louçã, "a senhora Merkel e o senhor Sarkozy são o problema da zona euro, o directório é a dificuldade da zona euro" e "inteiramente responsáveis por todos os colapsos da zona euro, até agora, pela promoção da especulação financeira, pelos ataques às economias mais fracas e agora são eles que estão a sentir nas suas economias esta dificuldade".
"A Alemanha já não consegue vender as suas emissões de dívida pública ao juro a que estava disposta a pagar, e a Itália está a pagar juros à volta dos oito por cento, a Espanha continua com juros elevadíssimos, simplesmente porque, por razões doutrinárias e de fanatismo ideológico na zona euro o directório não permite que se faça o que é indispensável: um financiamento que exclua a captação dos títulos de dívida soberana pelos fundos financeiros especulativos", sustentou.