A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas acredita que serão pontuais as escolas onde não se vão realizar as provas de aferição devido à greve, mas alerta para a hipótese de milhares de alunos não terem aulas.
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"Acredito que vão ser residuais as escolas que não poderão fazer as provas de aferição, uma vez que quem faz a vigilância das provas são os professores e, por isso, basta ter alguém que abra a porta da escola", defendeu Adalmiro Botelho da Fonseca, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), que diz ter conhecimento pessoal de apenas dois estabelecimento de ensino onde não se deverá realizar a prova por falta de pessoal.
O Ministério da Educação estimou em cerca de 237 mil o número de alunos do 4º e 6º ano de escolaridade que deverão realizar sexta-feira de manhã a prova de aferição de Língua Portuguesa.
Também o dia dos restantes alunos do 1º e 2º ciclo continua uma incógnita, já que os profissionais não docentes poderão participar na greve geral da Função Pública que se realiza em todo o país.
"Basta faltar o funcionário responsável pelo bar para a escola não poder permanecer aberta. Os alunos do 1º ano não podem sair da escola para ir comer à rua. Acredito que deverá haver bastantes alunos sem aulas", disse à Lusa Adalmiro Botelho da Fonseca.
No total, estão em causa mais de 500 mil alunos, de acordo com os dados da Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação que apontavam para a existência de cerca de 488 mil alunos no 1º ciclo e 271 mil alunos no 2º ciclo no ano lectivo de 2008/2009.
Entretanto, a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP) alertou esta quinta-feira para a "ilegalidade" de pôr os professores a desempenhar as tarefas dos funcionários das escolas que venham a fazer greve.